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Rappi e outros apps reduzem taxas para restaurantes durante crise

Comissões, que podem chegar a 30% em alguns casos, são reduzidas até 5% no caso da Rappi até o fim de 2021; iFood e Uber Eats adotam medidas similares; para Abrasel, há 'sensibilização' de startups

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Por Marina Dayrell
Atualização:

A relação entre empreendedores e aplicativos de delivery ganhou mais um capítulo. Nesta quarta-feira, 24, a startup Rappi anunciou que, diante do agravamento da pandemia do coronavírus e do fechamento de bares e restaurantes em várias regiões do Brasil, irá reduzir o valor das comissões cobradas dos estabelecimentos. O tema faz parte de reclamações recorrentes de empreendedores do setor em relação às plataformas de entrega, que chegam a cobrar 30% de taxa. 

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A medida começa a valer a partir de 5 de abril e se aplica aos negócios que sejam associados à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e à Associação Nacional de Restaurantes (ANR). 

De acordo com a diretora de Restaurantes da Rappi no Brasil, Ana Szasz, a redução faz parte de um pacote de ações que vem sendo anunciado pela empresa desde a última semana, como o empréstimo de R$ 100 milhões a restaurantes e a isenção de taxas por 90 dias para novos estabelecimentos cadastrados no aplicativo. 

“O mundo ideal seria esperar ter todas as medidas e ir tudo de uma vez, mas o mundo em que estamos vivendo exige uma rapidez para ajudar o setor. A redução das comissões é uma decisão delicada, uma aposta no mercado brasileiro, que não fizemos sozinhos. Ela foi feita com apoio das associações do setor”, explica. Segundo a Rappi, no momento, a redução das comissões pagas pelo empreendedor não irá diminuir as taxas pagas pela empresa aos entregadores

“Como o nosso setor tem uma margem muito estreita, principalmente quando temos pouco faturamento, qualquer 1% que a gente consiga de isenção já é benéfico. Se isso não for cobrado futuramente, é melhor ainda. É essencial para formar caixa durante a pandemia”, conta Gabriel Fullen, sócio do Grupo Locale (que detém as marcas Oguru Sushi & Bar, Locale Caffè, Locale Trattoria e Poke by Oguru). Hoje, a empresa é parceira exclusiva do Rappi, além de realizar vendas por drive-thru.

Para obter a redução das comissões na Rappi, os estabelecimentos precisam manifestar o interesse por um cadastro feito no aplicativo até o dia 28 de março. Para quem opta pelo modelo marketplace (aquele no qual a venda é feita pelo aplicativo, mas a entrega é realizada pelo próprio estabelecimento), as novas comissões serão de, no máximo, 5% e valem até o dia 31 de dezembro de 2021.

Julia Simões, gerente de delivery da Cia. Tradicional de Comércio, que detém marcas como a Lanchonete da Cidade (na foto), além de pizzaria Bráz e barPirajá; casas operam delivery tanto no Rappi quanto no iFood. Foto: Alex Silva/Estadão-18/12/2020

Já para os optantes do modelo full service (além da venda, a Rappi também é a responsável pela entrega dos produtos), a comissão máxima é de 18%, válida até 4 de julho de 2021. A empresa não divulga as comissões habitualmente cobradas dos empreendedores.

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“Os marketplaces de delivery estão mais sensibilizados quanto ao papel que podem desempenhar na ajuda ao setor nesse momento difícil, com objetivo de manter bares e restaurantes em operação. Nós já tivemos taxas da ordem de até 30%, cobradas por essas plataformas. Depois foram caindo para 27% e, por fim, mais recentemente, circulando em torno de 23%. Se você imaginar que pagávamos 30% e agora estamos pagando 18%, você tem um respiro de 12% no comprometimento dos custos”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci. 

A expectativa da associação é que outros aplicativos do setor, como as plataformas iFood e Uber Eats, ofereçam condições semelhantes. O iFood anunciou, no início do mês, redução de 23% para 18% para os restaurantes que usam a entrega do aplicativo, e de 12% para 11% para os estabelecimentos que atuam com entrega própria. A medida é válida até o fim de março e, a empresa não informou se haverá prorrogação.

Uber Eats adotou, em fevereiro, a extinção da comissão de serviço para os restaurantes que optaram pela modalidade em que o cliente retira o pedido diretamente nos estabelecimentos. No entanto, o formato “take away” está proibido em São Paulo durante a fase emergencial.

No ano passado, a empresa também criou uma plataforma online para que os negócios tenham um site próprio. Os pedidos feitos por ela também estão com a taxa zerada pelos próximos meses. Nesse caso, as entregas podem ser feitas tanto pelo aplicativo quanto pelo próprio restaurante. 

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