Início de ano, uma série de despesas extras. Para quem está com o bolso apertado, alguns bancos oferecem linhas de crédito específicas para essas contas. Antes de decidir contratá-las, porém, os consumidores devem analisar taxas, prazos e, principalmente, o impacto que o empréstimo terá no orçamento da família.
Entre as opções do mercado, a Caixa Econômica Federal tem juros a partir de 0,88% ao mês para empréstimos com valor mínimo de R$ 200. Os pagamentos podem ser feitos em até 96 meses.
O Bradesco também criou um produto específico para despesas com Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e matrículas escolares de seus clientes.
Não há valor mínimo, desde que cada prestação seja a partir de R$ 20. O pagamento pode ser feito em até 12 meses, com carência de 59 dias até a primeira prestação. As taxas de juros são a partir de 3,8% ao mês.
Entre as opções do HSBC está o Crédito Parcelado. Com taxas a partir de 1,99% ao mês e pagamento em até 24 meses, cada parcela deve ser igual ou superior a R$ 30.
No caso do Santander, uma das opções é o crédito Super Simples. A instituição pratica taxas de juros mensais a partir de 3,75% para prazos entre 2 e 50 meses. A modalidade permite empréstimos a partir de R$ 1 mil.
Apesar das alternativas, Renata Reis, técnica da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), diz que empréstimos só devem ser realizados em último caso. Ela ressalta, porém, que Pesquisa é fundamental.
O primeiro alerta da técnica diz respeito ao custo efetivo total (cet) da operação. Segundo ela, a taxa de juros é um detalhe importante, mas é apenas parte da cet, que inclui todas as tarifas cobradas na transação. Ela lembra que os bancos são obrigados a informar o valor.
O JT consultou as instituições sobre o valor do cet, mas obteve a informação de que não seria possível determinar, uma vez que parte é definida pelo relacionamento que o cliente tem com o banco.
Renata Reis recomenda, ainda, que o consumidor defina previamente o valor que irá necessitar, para não contrair uma dívida além do estritamente necessário. A técnica observa que é preciso analisar o orçamento para ter a certeza de que as prestações não provoquem "rombos" no orçamento.
Para o economista Luis Carlos Ewald, autor do livro "Sobrou dinheiro", empréstimo só para liquidação da dívida à vista. Ele diz que para o caso do IPVA, cujo pagamento único no Estado de São Paulo dá direito a desconto de 6%, o empréstimo pode ser uma solução.
Já para liquidar o IPTU na capital, diz Ewald, o mais indicado é parcelar em dez vezes, já que o pagamento à vista dá desconto de 3%, o que pode não compensar, de acordo com a taxa da linha de financiamento escolhida.
Segundo Ewald, os consumidores devem dar preferência aos bancos nos quais são correntistas.