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Aras divulga vídeos com balanço de gestão em busca de 3º mandato; audiência das publicações é baixa

Postagens da Procuradoria Geral da República têm sido visualizadas por cerca de 100 pessoas

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Foto do author Lavínia  Kaucz
Por Lavínia Kaucz (Broadcast)

BRASÍLIA - Na reta final do seu segundo mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras tem publicado semanalmente em seu canal no YouTube, desde o início de junho, uma série de vídeos intitulada “Principais resultados da gestão de Augusto Aras à frente do MPF”. O ocupante da mais alta hierarquia do Ministério Pùblico Federal, contudo, tem tido dificuldade em conquistar a atenção do público: seus vídeos dificilmente passam de 100 visualizações. O material divulgado na tarde desta segunda-feira tinha sido visto oito vezes depois de ficar duas horas no ar.

Aras, que é criticado por ter não ter aberto investigações contra o então presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, tenta emplacar um terceiro mandato sob indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dentro do PT, ele conta com a simpatia de seus conterrâneos: o ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

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Para um membro do MPF ouvido em condição de anonimato, a preocupação de Aras é outra: ele quer deixar um legado. Desde o 8 de janeiro, o PGR tem tentado se descolar de Bolsonaro e destacar seu trabalho no enfrentamento a atos antidemocráticos. Também está previsto para agosto o lançamento de um livro sobre a atuação do MPF durante a pandemia. Mas o empenho em limpar sua imagem esbarra na pouca visibilidade e na sua resistência a entrevistas.

Na semana passada, à Globo News, Wagner disse que é “inegável” a contribuição de Aras para a “volta à normalidade” após um período de “uso do ativismo judicial para caçar pessoas e reputações”, em relação à operação Lava-Jato. Um recorte da fala do senador foi publicado no canal de Aras no YouTube. No Twitter, o PGR republicou três matérias sobre o apoio de Wagner. Rui Costa também elogiou o trabalho de Aras em entrevista.

Lula, ao menos publicamente, não descarta a recondução de Aras. Mas integrantes do governo e do MPF dizem que o presidente ainda não está preocupado com essa escolha no momento. O mandato de Aras termina em 26 de setembro.

“Possivelmente eu vou conversar com o Aras, como eu vou conversar com outras pessoas, e eu vou sentir o que é que as pessoas pensam, e no momento certo eu indicarei”, disse Lula em entrevista à Record TV na semana passada.

Nos bastidores, contudo, a campanha tem se acirrado. O favorito é o vice-procurador eleitoral, Paulo Gonet, que ganhou força após elaborar parecer favorável à inelegibilidade de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outro nome citado é o do procurador Antônio Carlos Bigonha, que conta com o apoio de setores do PT e do advogado Eugênio Aragão, que integrou a equipe jurídica da campanha do petista à presidência em 2022.

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