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Opinião|Black Friday sem dor de cabeça. É possível?

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Na última sexta-feira de novembro comemora-se a Black Friday, data aguardada tanto para comerciantes, quanto para consumidores, que buscam boas oportunidades de compra.

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Tradicionalmente, a data é marcada pela ampla oferta de produtos a preços reduzidos. No entanto, até mesmo o setor de serviços vem se beneficiando com a data, a partir da oferta de promoções e descontos.

De acordo com pesquisa realizada pela NeoTrust, o cenário para a Black Friday desse ano é animador: 57% dos consumidores declararam o desejo de fazer compras na referida data. Em relação ao comércio eletrônico, espera-se um faturamento de R$ 6,98 bilhões, 12,6% a mais que o ano passado.

Black Friday, em São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A pesquisa também aponta que os consumidores cada vez mais buscam a internet para realizar pesquisas e que 41% deles utilizam ferramentas de buscas para tal. Sem dúvidas, a internet é uma ferramenta incrível para a pesquisa de preços em relação aos mais variados fornecedores, o que ajuda o consumidor a realizar melhores escolhas. No entanto, é importante que cuidados sejam tomados para evitar riscos envolvendo contrafação (ou, como conhecida “pirataria”), fraude e até mesmo vazamento de dados.

Sobre contrafação, os riscos são muitos – e vão além dos danos ao detentor da marca, que sofre com desvio de clientela e prejuízos à sua reputação por ver sua marca associada a produto de qualidade inferior. Por não passarem por qualquer controle de qualidade, o produto contrafeito pode gerar danos até mesmo à saúde do consumidor. Não raro, esses produtos são compostos por materiais tóxicos, o que o que gera um risco maior quando o produto é destinado às crianças, idosos ou pets. Produtos eletrônicos também merecem uma atenção especial pelo potencial risco de curtos-circuitos, que podem gerar incêndios. Também vale ressaltar questões ambientais e trabalhistas, pois não há qualquer garantia de que estes produtos tenham sido produzidos de forma sustentável e/ou em condições dignas de trabalho.

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Isso quando o produto, de fato, chega ao consumidor... Datas comemorativas também são aguardadas por infratores para a realização de fraudes a partir da criação de websites ou páginas que aparentam ser oficiais, mas que são utilizadas para enganar consumidores simulando vendas. Além do ganho econômico, os dados do consumidor também são colhidos, podendo ser utilizados para fraudes futuras.

Natalia Gigante Foto: Divulgação

No entanto, os riscos acima podem ser facilmente reduzidos a partir de um cuidado básico: a busca cuidadosa por páginas oficiais das marcas desejadas ou de seus distribuidores, tanto em relação aos websites, mas também em redes sociais e marketplaces. Também é interessante observar comentários de consumidores e realizar buscas em páginas que permitem a apresentação de reclamações.

Aos titulares das marcas, recomenda-se a adoção de estratégias relacionadas à repressão ao uso indevido de suas marcas na rede. Com a assessoria jurídica e ferramentas tecnológicas adequadas, é possível um monitoramento ativo da rede como forma de solicitar a remoção de ameaças. É recomendado que tais estratégias sejam adotadas durante todo o ano, mas é necessária atenção especial em relação a datas especiais.

Com esforços conjuntos, é possível garantir maior segurança para o aproveitamento da data e manutenção de uma rede segura.

*Natalia Gigante, sócia da Daniel Law, mestre em Propriedade Intelectual e Inovação e especialista em Direito Digital

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