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Dino põe PF no rastro do ‘fluxo financeiro’ da Lava Jato

Ministro confirma que vai pedir apuração da Polícia Federal após correição extraordinária na Justiça Federal do Paraná apontar indícios de irregularidades em acordos de delação e leniência

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Por Rayssa Motta
Atualização:
Dino prometeu enviar, até terça (19), cópia de relatório do CNJ à PF abertura de investigação. Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro da Justiça Flávio Dino disse nesta segunda-feira, 18, que vai pedir uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre o ‘fluxo financeiro’ da Operação Lava Jato.

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A apuração deve se debruçar sobre a gestão de depósitos judiciais e das multas dos acordos de colaboração e de leniência fechados pela força-tarefa.

“(A PF vai) investigar a origem e o destino do dinheiro, de onde o dinheiro veio, como veio, e para onde foi. E se houve, na origem, no uso, no destino, alguma ilegalidade”, afirmou o ministro.

A investigação é um dos primeiros desdobramentos da correição extraordinária feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, berço da operação, e no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), tribunal de apelação da Lava Jato.

Flávio Dino confirmou que recebeu hoje uma cópia da auditoria. O ministro afirmou que, ao ser oficiado pelo CNJ, tem obrigação de submeter o caso à Polícia Federal.

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“Se eu recebo um documento, oriundo do CNJ, como recebi de fato, com a narrativa de crimes, não é que eu possa, eu devo, eu sou obrigado a mandar para a Polícia Judiciária para que ela proceda a investigação”, afirmou.

A inspeção do CNJ apontou indícios de irregularidades na homologação e no controle dos acordos de colaboração e de leniência fechados na Operação Lava Jato. O documento cita uma ‘gestão caótica’ das multas e levanta suspeitas sobre a destinação dos valores negociados com delatores e empresas investigados por corrupção na Petrobrás.

O ministro da Justiça também informou que vai consultar outros órgãos do Poder Executivo, como a Advocacia Geral da União (AGU) e a Receita Federal, para formar um grupo de trabalho com a função de debater regras dos acordos de delação e leniência e de cooperações jurídicas internacionais. A iniciativa também foi uma sugestão do CNJ.

Como mostrou o Estadão, o relatório da correição extraordinária ainda deve ser usado para abrir procedimentos disciplinares na Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça sobre magistrados e servidores da Justiça Federal no Paraná. Juízes e desembargadores estão em silêncio porque não tiveram acesso à integra da auditoria. Procurado, o TRF4 informou que não vai se manifestar.

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