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Opinião|Erika e Fernando

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Atualização:

Nos últimos meses, um caso que tem despertado grande indignação e debate público é o tratamento desigual no sistema judicial brasileiro, destacando uma clara disparidade entre indivíduos de diferentes extratos sociais.

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O caso envolve Fernando, um empresário dirigindo um Porsche 911 Carrera 2023, avaliado em R$ 1,3 milhão, que admitiu ter excedido os limites de velocidade. Testemunhas relatam que ele parecia estar sob influência de álcool, embora ele negue veementemente. Infelizmente, o incidente resultou na morte de um motorista de aplicativo e ferimentos em seu acompanhante.

O que mais choca é a falta de uma prisão preventiva para Fernando, mesmo diante das acusações graves de homicídio doloso, lesão corporal e fuga do local do acidente.

Enquanto isso, outros casos apresentam um contraste perturbador. Érika, uma mulher com histórico de problemas mentais, encontra-se detida por supostamente tentar convencer seu tio falecido a assinar um empréstimo em uma agência bancária.

A questão crucial aqui é a aparente disparidade no tratamento entre pessoas com diferentes status socioeconômicos. A recusa da justiça em conceder prisão preventiva a Fernando, contrastada com a rápida detenção de Érika, levanta questões sérias sobre a equidade e justiça no sistema judicial brasileiro.

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Além disso, a polícia civil tem repetidamente pedido a prisão preventiva de Fernando, indicando falhas nos procedimentos e suscitando preocupações sobre influências externas ou preconceitos subjacentes.

A percepção pública é clara: o tratamento no sistema judicial não é uniforme e parece variar com base no status econômico dos envolvidos.

Este caso levanta questões mais amplas sobre a igualdade perante a lei no Brasil. A confiança do público na imparcialidade do sistema está em jogo, e espera-se que medidas sejam tomadas para garantir que todos os cidadãos sejam tratados com justiça, equidade e verdadeira isonomia, independentemente de sua posição na sociedade.

Convidado deste artigo

Foto do autor Raquel Gallinati
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Raquel Gallinati
Delegada de polícia. Pós-graduada em Ciências Penais, em Direito de Polícia Judiciária e em Processo Penal e mestre em Filosofia. Diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil. Foto: Adepol Brasil/Divulgação
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