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Juízes saem em defesa de Valdete Severo e alertam para 'grave recrudescimento conservador'

Em nota pública, Associação Juízes para a Democracia condena ataques à magistrada do Trabalho que liminarmente manteve relação empregatícia de funcionários de fundações extintas no Rio Grande do Sul

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

Valdete Souto Severo. Foto: Femargs

A Associação Juízes para a Democracia saiu em defesa da magistrada Valdete Souto Severo, da Justiça do Trabalho, e condenou os ataques por ela sofridos depois que liminarmente decidiu manter a relação empregatícia de funcionários de fundações extintas no Rio Grande do Sul.

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Em nota pública, a entidade não governamental, sem fins corporativos, que prega respeito aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, criticou 'as ofensas perpetradas nas redes sociais' nos últimos dias contra Valdete Souto, que integra os quadros do Tribunal Regional do Trabalho da 4.ª Região.

Desde que tomou a medida, Valdete sofre ofensas nas redes.

"Os ataques configuram mais um ataque à independência funcional das juízas e dos juízes do Brasil", alerta a Associação Juízes para a Democracia.

"O país atravessa momento de grave recrudescimento conservador, no qual membros da magistratura que privilegiam a leitura emancipatória dos direitos em vigor sofrem as mais diversas perseguições, o que ameaça a independência do Judiciário enquanto Poder de Estado."

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A nota pública destaca que 'os ataques atingem especialmente as mulheres que compõem a magistratura de um Judiciário, como o brasileiro, prevalente masculino'.

"As ofensas manifestadas nas redes sociais contra a juíza apresentam, de modo geral, caráter misógino, refletindo o histórico patriarcalismo da sociedade brasileira, lamentavelmente resistente, em pleno século 21, ao exercício do Poder por parte das mulheres", acrescenta a entidade dos juízes em solidariedade à Valdete.

"A construção de uma sociedade livre, justa e solidária, prevista na Constituição da República (artigo 3o, I), impõe o respeito a independência funcional da magistratura e a superação do sexismo que atinge as magistradas no Brasil."

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