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‘Cortina de fumaça’ e ‘ataques rasteiros’: Perillo e Caiado trocam acusações sobre operação da PF

Alvo de buscas em investigação sobre desvios na Saúde, presidente do PSDB acusou governador de Goiás de ‘usar poder do Estado’ para persegui-lo; ‘Piada’, reage chefe do Executivo

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Foto do author Bianca Gomes

A operação da Polícia Federal que fez buscas na casa do ex-governador de Goiás e atual presidente do PSDBMarconi Perillo, escalou a briga do tucano com o atual governador do Estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado como nome da direita para a próxima eleição presidencial.

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Os políticos trocaram acusações em notas divulgadas à imprensa. O primeiro a se pronunciar foi Marconi Perillo. O presidente do PSDB, na mira da PF por suspeita de desvios da Saúde quando foi governador, disse que a operação deflagrada na manhã desta quinta-feira, 6, foi “encomendada” e acusou Ronaldo Caiado de “usar o poder do Estado” para persegui-lo.

O tucano afirmou ainda que a operação é uma “cortina de fumaça” para desviar a atenção das denúncias que ele vem apresentando contra o atual governo. São acusações que envolvem, por exemplo, a venda do Estádio Serra Dourada e a construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora).

“Extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos ‘fatos’ acontecidos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação. Em política não existem coincidências”, disparou Perillo.

Marconi Perillo e Ronaldo Caiado trocaram acusações após operação da PF fazer buscas contra presidente do PSDB. Foto: Nilton Fukuda e Wilton Júnior/Estadão

Horas depois, o governador de Goiás divulgou uma “nota resposta”, por meio da Secretaria de Comunicação do Estado, em que chama a manifestação do presidente do PSDB de “piada” e diz ser vítima de “ataques rasteiros”.

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Ronaldo Caiado afirma que Marconi Perillo faz ataques para “esconder desvios de recursos públicos durante seus mandatos”, “além de atacar grosseiramente duas instituições respeitadas como a Polícia Federal e a CGU”. “Em 1.613 caracteres, Marconi não consegue dar a mínima explicação para as denúncias.”

A Polícia Federal afirma ter encontrado indícios de desvios no governo estadual entre 2012 e 2018. As irregularidades envolvem a gestão de dois hospitais estaduais referência em atendimentos de urgência e emergência.

A organização social contratada pelo governo para fazer a gestão dos hospitais recebeu mais de R$ 900 milhões. A investigação apontou que a OS subcontratou empresas ligadas a políticos e a seus próprios administradores. Os contratos de terceirização de serviços seriam falsos, apenas para justificar no papel a transferência de recursos.