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MPF entra com ação para mudar nome de quartel em Juiz de Fora de onde partiu o golpe de 1964

‘Brigada 31 de Março’ chama golpe de ‘revolução democrática’; Procuradoria em Minas diz que homenagem é ‘repugnante, cínica’

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Foto do author Rayssa Motta
Atualização:

A Procuradoria da República em Minas tenta, na Justiça, mudar o nome do Batalhão do Exército em Juiz de Fora de onde partiram as primeiras tropas do golpe militar de 1964.

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O nome oficial do quartel é 4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, mas a instalação é conhecida como “Brigada 31 de Março”, em referência ao dia do golpe.

De acordo com o site institucional da unidade militar, o nome foi escolhido por causa do “papel decisivo e corajoso” da brigada na “eclosão da revolução democrática”.

Para o Ministério Público Federal, a homenagem é “repugnante e cínica”. “É estarrecedor – embora não de todo surpreendente – que o Exército brasileiro mantenha de forma tão acintosa uma homenagem ao Golpe Militar de 1964″, diz um trecho da ação.

4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, em Juiz de Fora (MG), a 'Brigada 31 de Março'. Foto: @4bdainflmth_exercito via Instagram

Os procuradores Francisco de Assis Floriano e Calderano e Thiago Cunha de Almeida, que assinam a ação, argumentam que a nomeação de órgãos públicos deve se submeter aos valores previstos na Constituição.

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“O Golpe Militar que instituiu a ditadura não pode ser motivo de orgulho em um regime democrático”, acrescentam. “O apagamento da violência é repetição da violência.”

O Comando do Exército já proibiu que suas instalações sejam nomeadas em referência a “ações (feitos), datas, tradições ou locais controversos”.

Além da mudança do nome do quartel, a ação exige a criação de um curso para os militares do batalhão sobre o “caráter ilícito” do golpe de 1964 e as conclusões da Comissão Nacional da Verdade sobre as violações de direitos humanos na ditadura militar.

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