PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

MPF recorre para tentar proibir colégios militares de exigirem corte de cabelo e cor de esmalte

Após ver pedido negado em análise liminar na Justiça Federal, órgão pede urgência e alega que estudantes de minorias sociais são prejudicados por padrões estéticos exigidos

Foto do author Rayssa Motta
Por Rayssa Motta

A Procuradoria da República no Acre entrou com recurso para tentar proibir escolas militares de exigirem padrões estéticos dos alunos, como cor e tamanho das unhas e corte de cabelo.

PUBLICIDADE

É comum que esses colégios tenham normas rígidas para uso de maquiagem, acessórios, penteado, tatuagem e até cor de esmalte.

O Ministério Público Federal argumenta que as exigências não têm relação com a qualidade do ensino e violam a liberdade de expressão e o direito dos estudantes à intimidade.

A ação foi apresentada em julho do ano passado, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, mas fracassou na primeira instância. O objetivo do recurso é tentar reverter a decisão.

Ação do MPF pede fim de "padrões estéticos e de comportamentos baseados na cultura militar".  Foto: Gabriela Biló/Estadão

Em setembro, a juíza Luzia Farias da Silva Mendonça, da 2.ª Vara Federal Cível e Criminal do Acre, negou liminarmente o perdido. Isso significa que, em uma análise preliminar, ela não viu urgência em suspender as regras. A decisão afirma que a mudança, com o ano letivo em curso, “causaria mais prejuízos à comunidade escolar do que benefícios”.

Publicidade

Em seu recurso, a Procuradoria no Acre defende que o julgamento é urgente porque prejudica alunos de minorias étnico-raciais, religiosas e de gênero.

“Há impacto desproporcional das restrições às pessoas pretas e pardas, às pessoas com deficiência e às pessoas LGBTQIA+, com grave racismo institucional”, afirma o procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, que assina a ação.

A ação foi proposta pela Procuradoria no Acre, mas tem abrangência nacional, ou seja, o pedido é para suspender exigências das escolas militares em todo o País.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.