A tragédia pela qual vem passando o Estado do Rio Grande do Sul tem revelado inconstâncias, que, no garrido habitual da política, servem a quem reverbera, mas jamais a quem escuta.
Por um ou outro prisma, certo é que a contundência entre as mais variadas formas de presença do Estado no domínio econômico, na própria dimensão e amplitude do Poder Público, no esquadrinhado da máquina administrativa, na maior ou menor incidência tributária, dentre tantos outros temas que permeiam modelos políticos e macroeconômicos vem sendo revelada na catástrofe que assola o território gaúcho.
A dor sul-rio-grandense foi assimilada pelos brasileiros, espalhando-se pelo nosso combalido território e, por fortuna, ganhando ares em outros países, não só pelo drama das pessoas, como também pela solidariedade entre todos, irmandade esta que descortinou a falácia quanto à premissa de que a prestação de melhores serviços públicos é correspondente e proporcional à magnitude da aparelhagem estatal. Hílare – e malicioso – engano!
Tramoia escondida por detrás de falsas políticas públicas, o Brasil adota, sobretudo em tempos mais recentes, uma modelagem de Estado gigante, com elevado custo de produção e mastodôntica tributação, inviabilizando a iniciativa privada, tudo sob a enganosa justificativa de que, para proteger, é preciso tributar com violência.
O desleal e traiçoeiro discurso definha-se por conta própria, à medida que a imprestável grandeza da ineficiente máquina pública tupiniquim é, incontestavelmente, incapaz de socorrer em tempo hábil.
A malpropícia e desproporcional carga tributária – que beira à enésima extorsão – evidenciou duas verdades, as quais, por infausto delírio, ainda convivem harmoniosamente: o ágil Estado tributante é o mesmo imprestável serviente a seu povo.
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