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Os limites do metaverso

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Por Fernando Goldsztein
 Foto: Pexels

Tem se falado muito sobre o ChatGPT. Pudera, a ferramenta é realmente incrível. Parece mais magia do que tecnologia! É tão espantosa que há poucos dias foi publicada uma carta assinada por nada menos que Elon Musk (um dos investidores por trás do ChatGPT), Steve Wosnyac (um dos fundadores da Apple) e Yuval Noah Harari, entre muitos outros empresários, cientistas e autores conhecidos no meio da Inteligência Artificial(IA). A carta alerta para o risco do descontrole da IA e pede aos governos do mundo que se unam para criar agências reguladoras independentes, "Sistemas de IA ainda mais poderosos devem ser desenvolvidos somente quando nós (humanidade) estivermos confiantes de que os seus efeitos serão positivos e seus riscos controláveis" diz a carta.

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A evolução da IA tem ofuscado também o já famoso Metaverso. Num cenário mundial de juros altos e dinheiro escasso, as companhias de tecnologia, incluindo a Meta(Facebook), estão cortando os investimentos no Metaverso em prol de tecnologias mais promissoras, como a própria IA. Até mesmo a Disney acaba de eliminar a sua divisão de estratégias para o Metaverso.

Tudo indica que a obsessão pelo Metaverso realmente arrefeceu. Não somente pelos motivos listados acima, mas também por exigir equipamentos sofisticados e caros (telas, óculos, head-phones,luvas e etc). Confesso que vibrei com a notícia. Sempre achei esquisito ver empresas investindo milhões de dólares para ter uma loja ou apenas a marca exposta no mundo virtual. Na realidade, esta história de aproveitar a vida através de um avatar nunca me convenceu...

E ainda, antes de escrever este texto, resolvi assistir o filme "Jogador número 1" (Ready Player One) dirigido por Steven Spielberg e lançado em 2018. O filme futurista retrata a cidade de Columbus, Ohio no (nem tão distante) ano de 2045. As pessoas vivem amontoadas em uma espécie de favela de containers onde a única diversão possível são os jogos virtuais. A população, viciada nos jogos, consome tudo o que tem em aparatos tecnológicos a fim de viver, através dos seus avatares, num mundo ideal chamado Oásis.

Estar no Oásis vira uma obsessão mundial. Seu criador, um excêntrico bilionário chamado Halliway, passa então a controlar o planeta. Para tornar a estória curta, no final do filme e à beira da morte, Halliway confessa que idealizou o Oásis porque nunca sentiu-se confortável no mundo real, sempre teve dificuldades para se conectar com as pessoas. Mas, no final da vida, percebeu o seu erro: "Só agora me dei conta que, por mais difícil e sofrida que seja a realidade, ela é o único lugar onde se pode fazer uma refeição de verdade".

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Me alegro em saber que a humanidade parece dar-se conta de que nada substitui as sensações e prazeres do mundo real. Não existe e certamente nunca existirá tecnologia capaz de substituir um banho de mar, uma brisa de verão, o caminhar sobre a relva ou um agradável encontro em "carne e osso".

*Fernando Goldsztein, empresário e fundador do The Medulloblastoma Initiative

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