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Peritos da PF avaliam em R$ 5,1 milhões joias sauditas dadas a Bolsonaro

Conjunto de luxo com colar, brincos, anel e relógio foi analisado por especialistas do Instituto Nacional de Criminalística

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Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta,Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
Joias foram dadas ao casal Bolsonaro e retidas na alfândega. Foto: Foto: Estadão

A Polícia Federal (PF) concluiu a perícia nas joias apreendidas pela Receita Federal com uma comitiva do governo Jair Bolsonaro no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em outubro de 2021. O caso foi revelado pelo Estadão. O conjunto foi avaliado em R$ 5,1 milhões. A perícia também identificou que todas as peças têm cerca de 3 mil diamantes naturais e verdadeiros.

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A análise foi feita por especialistas do núcleo de perícias em geologia do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. O laudo foi incluído no inquérito que investiga se o ex-presidente tentou se apropriar indevidamente dos presentes da Arábia Saudita ao invés de devolvê-los ao acervo da União.

O conjunto da marca suíça Chopard, composto por colar, anel e brincos de diamante, foi avaliado em R$ 4 milhões. O relógio vale em torno de R$ 1 milhão, segundo a perícia. Um dos peritos que integrou a equipe que analisou as joias esteve na Suíça para aprofundar a análise sobre os diamantes.

A perícia da PF, finalizada na semana passada, levou em conta o custo dos insumos para produzir a peça e um um fator de multiplicação da marca - baseado em consulta ao valor de mercado praticado pela joalheria em outros locais do mundo. A análise não levou em conta, por exemplo, os impostos de importação. Inicialmente, as joias foram avaliadas em R$ 16,5 milhões. Em seguida, a Receita Federal registrou que as peças valeriam R$ 5,6 milhões.

A investigação foi aberta em março, a pedido do Ministério da Justiça, e já foi prorrogada. A PF apura se houve crime de peculato – uso do cargo para desviar recursos ou bens públicos.

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As joias foram apreendidas pela Receita Federal com um assessor do Ministério das Minas e Energia, que tentou passar pela alfândega do aeroporto de Guarulhos sem declarar as peças.

Bolsonaro prestou depoimento no caso e afirmou que soube das joias em 2022, um ano após a apreensão do estojo. O ex-presidente alegou que só houve intervenção de seus auxiliares para evitar um suposto ‘vexame diplomático’.

Documentos oficiais do próprio governo contradizem a versão. Como mostrou o Estadão, foram ao menos oito tentativas para retirar as joias – uma delas partiu do gabinete da Presidência da República.

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