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Procuradora não percebe microfone aberto e diz: ‘Quem disser que esses LGBT se multiplicam, eu calo’

Denise Guimarães criticou empréstimo de automóvel do Ministério Público a ONG de direitos LGBTQIA+ e afirmou a colega: ‘Deus disse: ‘Crescei e multiplicai’. Quem disser que esses tais LGBT multiplicam, eu calo’; MP diz que ‘não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros’

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Por Rayssa Motta
Atualização:
A procuradora de Justiça Denise Guimarães, do Ministério Público de Alagoas. Foto: Divulgação/MP-AL

Um comentário homofóbico da procuradora Denise Guimarães, do Ministério Público de Alagoas (MP-AL), vazou na última quinta-feira, 14, na reunião do Colégio de Procuradores em Maceió. Sem perceber que o microfone estava ligado, ela afirmou a um colega: “Deus disse: ‘Crescei e multiplicai’. Quem disser que esses tais LGBT multiplicam, eu calo.”

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O Estadão entrou em contato com o Ministério Público e também pediu uma manifestação da procuradora por meio da assessoria de comunicação da instituição. Em nota à imprensa, o MP informou que “não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores”.

A procuradora também criticou o empréstimo de um automóvel do Ministério Público ao Grupo Gay de Maceió para atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.

A ONG divulgou um comunicado de repúdio nas redes sociais. “Em pleno 2024 não é mais possível tolerar esse tipo de atitude, muito menos de uma procuradora que deveria trabalhar em prol dos direitos humanos.” A associação também informou que avalia medidas jurídicas e que procurou a chefia do Ministério Público.

Assista abaixo o momento que o comentário da procuradora vaza na reunião:

O vídeo foi divulgado pela Agência Diadorim.

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COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO PÚBLICO DE ALAGOAS

O Ministério Público do Estado de Alagoas informa que, a respeito da reunião do Colégio de Procuradores de Justiça, ocorrida nessa quinta-feira (14), foi promovido um debate sobre políticas públicas afirmativas que objetivou a discussão sobre a reparação histórica do Estado no reconhecimento de direitos de populações vulneráveis, a exemplo de comunidades LGBTQIA+, quilombolas, indígenas e do povo preto.

O Ministério Público brasileiro, portanto, também o de Alagoas, tem o dever constitucional de promover a defesa intransigente de todos os direitos dessas comunidades, razão pela qual, não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores.

O MPAL também reafirma que o canal de diálogo com o segmento LGBTQIA+ seguirá aberto, assim como as parcerias já firmadas se manterão consolidadas, a exemplo da reunião realizada no último dia 8 que tratou do apoio institucional ao movimento, em razão do respeito do órgão para com esse público e todos aqueles cujos direitos sociais são salvaguardados pela Constituição Federal e, por consequência, pelo Ministério Público.

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