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Procuradoria e Promotoria investigam jogo ‘Simulador de Escravidão’ e cobram Google

MPF no Rio Grande do Sul e MP de São Paulo instauram procedimentos sobre aplicativo em que usuário se passa por um ‘proprietário de escravos’ incentivado a obter lucro e com a possibilidade de abusar de pessoas ‘sob seu poder’

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Por Pepita Ortega
Atualização:
Print da página de download do aplicativo 'Simulador de Escravidão', na Play Store. Foto: Reprodução/Agência Brasil

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul abriu uma apuração sobre o jogo ‘Simulador de Escravidão’ - disponibilizado na plataforma de aplicativos do Google, a Play Store -, no qual o usuário se passa por um ‘proprietário de escravos’ incentivado a ‘obter lucro’ com a exploração de pessoas negras, inclusive com a possibilidade de torturar e abusar aqueles ‘sob seu poder’. A Procuradoria oficiou o Google para que preste esclarecimentos sobre o caso.

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O procedimento preparatório foi instaurado no âmbito da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no RS. O órgão ainda vai encaminhar uma cópia do expediente para apuração na esfera criminal.

Ao instaurar a apuração, o procurador da República Enrico Rodrigues de Freitas ressaltou que diversos usuários já baixaram o aplicativo. Ele também alertou para a 'grande quantidade' de comentários racistas na página de download do aplicativo.

O Ministério Público de São Paulo também investiga o caso. A promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância instou o Google a informar, em três dias, ‘data, horário e plataforma de disponibilização’ do aplicativo.

A Promotoria quer a cópia integral de todos os documentos e do procedimento interno administrativo de solicitação de aprovação feito pelo desenvolvedor para inclusão do jogo na Play Store.

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Também pediu acesso ao e-mail que foi cadastrado pelo responsável e às informações sobre a política de autorização para publicação dos aplicativos disponíveis na loja da Google, entre outros dados.

O jogo foi retirado do ar após repercussão nas redes sociais. Ele é da empresa Magnus Games, sediada na Malásia. Antes de ser derrubado, o aplicativo contava com mais de mil downloads e 70 avaliações.

O presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal Beethoven Andrade classificou o caso como ‘estarrecedor e inacreditável’.

O relator do PL das Fake News, deputado Orlando Silva, chamou o aplicativo de ‘desumano’ nas redes sociais. Segundo ele, o jogo era descrito como ‘o melhor simulador de proprietário de escravos e comércio de escravos’.

COM A PALAVRA, O GOOGLE

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A reportagem busca contato com a empresa. O espaço está aberto para manifestações.

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