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Promotora diz que PMs tiveram que ‘usar força’ ao amarrarem homem preso por furto

Margarete Ramos, do Ministério Público de São Paulo, denuncia prisioneiro também por resistência à prisão e corrupção de menor

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Por Redação
Atualização:

O Ministério Público de São Paulo atribui crimes de furto, resistência à prisão e corrupção de menor de idade ao homem que teve os pés e mãos amarrados por policiais militares. Em denúncia levada à Justiça estadual, a promotora Margarete Cristina Marques Ramos diz que os PMs tiveram que ‘usar força’ para algemar o homem e que, em razão da ‘contínua resistência’, amarraram seus pés com uma corda. Outro investigado no mesmo caso também foi denunciado, mas apenas por furto e corrupção de menor.

Na peça, a promotora diz que a 'a conduta dos policiais militares não tem o condão de anular os crimes cometidos, e será devidamente apurada em procedimentos próprios, vez que já enviadas cópias do presente aos órgãos competentes para tanto'. Os PMs estão afastados e sob investigação. As informações são da Agência Brasil.

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O caso ganhou repercussão após o padre Júlio Lancelotti divulgar vídeo que mostram os policiais segurando o morador de rua pela camisa e pela corda que amarra seus pés e suas mãos juntos e o levam dependurado para o interior de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em seguida, eles o jogam em uma maca.

Após a prisão, na audiência de custódia, a Justiça manteve a detenção, alegando que não existir elementos que comprovassem tortura ou maus-tratos por parte dos policiais. Depois, ela justificou que não teve acesso as imagens antes ou durante a audiência.

A defesa alega que o caso envolve o chamado furto famélico, cometido em razão do estado de necessidade do suspeito. Quanto à denúncia, os advogados José Luiz de Oliveira Junior e Estevão Silva afirmam que a acusação 'evidencia distorções sociais'.

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“A estrutura do Estado se mostra desproporcional em todos os aspectos, quanto trata de reprimenda, especialmente ao pobre, negro e vulnerável social, desde seu nascimento até sua morte”.

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