PUBLICIDADE

MP-RS investiga autora de vídeo que relaciona orientação sexual de Eduardo Leite a tragédia no Sul

Em vídeo homofóbico, mulher diz que enchentes foram provocadas pela fúria de Deus contra o governador

PUBLICIDADE

Foto do author Jean Araújo
Atualização:

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) vai instigar a autora de um vídeo que circulou nas redes sociais alegando que a orientação sexual do governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), é a causa das enchentes que assolam o Estado.

PUBLICIDADE

Em resposta ao caso, a Aliança Nacional LGBTI+ emitiu uma nota em solidariedade ao governador na segunda-feira, 20. A organização junto à Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas (Abrafh) denunciaram o caso, que foi protocolado pelo MP-SP na terça-feira, 21.

No vídeo divulgado na Internet, uma mulher que se identifica como Neiva Borges diz se pronunciar para as igrejas, para o povo do Brasil e, “principalmente aos patriotas que são um povo que olham Deus acima de todos, e o Brasil acima de tudo”. Ela diz ser moradora de Porto Alegre (RS), e que se envergonha “por ser gaúcha de ter hoje como governador Eduardo Leite, cuja primeira-dama é outro homem”, diz Borges.

Neiva ainda fala que a orientação sexual de Leite “ativou a ira de Deus contra o povo gaúcho” e isso teria trazido as catástrofes ao Estado. Ela finaliza pedindo para que os cidadãos peçam perdão a Deus por tê-lo escolhido para governar o RS. Após a repercussão, o vídeo foi retirado do ar.

Leite oficializou a união estável com o médico Thalis Bolzan em 2023. Dois anos antes, em 2021, durante uma entrevista com Pedro Bial ele assumiu publicamente a orientação sexual.

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e seu companheiro, o médico Thalis Bolzan  Foto: Reprodução: Instagram @eduardoleite45

Eis a íntegra da nota publicada pela Aliança Nacional LGBTI+:

“A Aliança Nacional LGBTI+ manifesta sua mais profunda solidariedade ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e a todo o povo gaúcho, pelos ataques infundados e de caráter odioso que vêm sofrendo através das redes sociais. Repudiamos veementemente as tentativas criminosas de associar a catástrofe natural que assola o estado ao fato de o governador ser um homem homossexual. Recentemente, circulou um vídeo na internet no qual uma mulher, identificada como Neiva Borges, profere declarações absurdas e ofensivas, alegando que a “Ira de Deus” foi ativada contra o povo gaúcho pela eleição de um governador cujo companheiro é do mesmo sexo. Essas afirmações, além de ignorantes e intolerantes, configuram um discurso de ódio que não pode ser tolerado em nossa sociedade”, diz a nota.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.