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Servidores da Abin se dizem ‘consternados’ com suposto elo de colegas em plano para matar Moraes

Após ministro afirmar que foi monitorado indevidamente, profissionais da Agência Brasileira de Inteligência afirmam que indicações ‘exógenas’ alcançaram níveis inéditos no governo Bolsonaro e que órgão ficou nas mãos de nomeados oriundos de outros órgãos

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Por Rayssa Motta
Alexandre de Moraes afirmou que foi monitorado pela Abin e que objetivo era prendê-lo e matá-lo. Foto: Wilton Junior/Estadão

Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se dizem “consternados” com a suspeita de participação de colegas em um plano para prender e matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme ele próprio revelou em entrevista a O Globo. Moraes afirmou que a agência “monitorava” seus passos para “quando houvesse a necessidade” de prendê-lo.

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Poucas horas após a entrevista vir a público, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin divulgou uma nota em que atribui ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) um inchaço na agência com indicações de servidores estranhos ao órgão.

“Durante a maior parte do governo anterior, a agência esteve sob gestão de servidores de outro órgão, durante a qual houve ocupação de cargos por indicação exógena em quantidade inédita na história da Abin, situação que perdurou até março de 2022″, diz o texto.

A associação afirma que os servidores “orgânicos” da Abin têm um “compromisso inequívoco” com a democracia e que ameaças de atentados a agentes públicos e contra as instituições democráticas “permanecem objeto do acompanhamento silencioso”.

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Não é a primeira vez que a Abin é colocada no centro de suspeitas de aparelhamento ao longo do governo Bolsonaro. Sistemas da agência também teriam sido usados para espionar políticos, jornalistas, advogados e adversários do ex-presidente, segundo a Polícia Federal.

O Estadão entrou em contato com a Abin, mas a agência ainda não se manifestou sobre as declarações de Alexandre de Moraes. O órgão passou por uma reformulação no governo Lula. Indicados em postos-chave foram substituídos e a Abin foi transferida da estrutura administrativa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para o guarda-chuva da Casa Civil.

O ministro interino da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou que as autoridades estão empenhadas em identificar e punir todos os envolvidos no plano contra Moraes. “Iremos às últimas consequências”, garantiu.

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