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Educação e saúde visual: uma combinação determinante para crianças e adolescentes

Por Por Marcela Trópia , vereadora de Belo Horizonte (MG) e líder MLG

 

Evasão e retrocesso na aprendizagem são os principais desafios que a pandemia deixou para a educação no Brasil. No país, até o final de 2022, 2 milhões de jovens de 11 a 19 anos que ainda não haviam terminado a educação básica deixaram as escolas.

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Um dos fatores que afeta tanto o aprendizado quanto a escolha do aluno em permanecer na escola é a saúde visual. Problemas de visão causam dificuldade na leitura, falta de atenção, baixa concentração e queda de confiança, prejudicando o desempenho acadêmico dos alunos.

Crianças e adolescentes com boa saúde visual conseguem absorver e processar informações de forma mais eficiente do que as que apresentam problemas oculares. Um estudo que analisou o desempenho acadêmico de crianças em virtude de problemas visuais, apontou que as que tinham déficit visual apresentaram notas de matemática significativamente menores que as sem déficit.

Outra investigação demonstrou que 34,8% de alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental da rede pública de Juiz de Fora, em Minas Gerais, têm problemas de visão. Desses, apenas 75% tiveram rendimento escolar satisfatório em comparação com 89,5% dos alunos com visão normal.

Além de diminuir problemas de déficit de aprendizado, identificar e tratar problemas de visão nos primeiros anos da idade de uma criança é essencial para evitar o agravamento das condições ao longo da vida, como é o caso do Glaucoma Ocular.

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Investir em políticas públicas para fornecer exames de vista nas escolas é uma alternativa eficiente para garantir a saúde visual das crianças.

Por isso, meu mandato usou o instrumento das emendas impositivas para destinar R$ 1,2 milhão para realizar o Mutirão de Exames de Vistas. Cerca de 100 mil estudantes de 6 a 15 anos, do Ensino Fundamental das escolas públicas de Belo Horizonte, farão testes de acuidade visual.

No Mutirão, crianças que apresentam problemas oftalmológicos são encaminhadas para consulta especializada em hospitais públicos. Apesar de já ser um avanço, como vereadora, tenho cobrado que a Prefeitura aprimore o projeto e garanta o ciclo completo de atendimento.

Os alunos identificados com problemas são orientados a procurarem a rede SUS, para realizarem exames completos. Depois disso tudo, caso o aluno precise usar óculos, os pais ainda deverão comprar por conta própria. São dois gargalos que podem prejudicar que o objetivo final do Mutirão de Exames de Vista seja alcançado.

A cada quebra no ciclo de atendimento, menor a probabilidade do estudante ter acesso aos óculos que precisa. Seria muito diferente se a Prefeitura realizasse todo o ciclo, promovendo exames mais completos nas escolas e doando os óculos logo após a consulta.

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Potencializar o Mutirão de Exames de Vista não seria uma tarefa difícil para a Prefeitura. Esse formato já é praticado por diferentes organizações sociais, como é o caso da Renovatio, ONG que vem trazendo mais saúde visual para o Brasil.

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Para a Renovatio, cada aluno atendido custa cerca de R$ 75 e esse valor prevê a entrega do óculos, caso haja diagnóstico. Portanto, para atender toda a rede pública de BH, que possui pouco mais de 204 mil alunos, seria necessário um investimento de R$ 15 milhões. Isso poderia ser feito ainda neste ano, com o orçamento de R$ 900 milhões que a Prefeitura ainda tem no caixa para a pasta da educação.

O Mutirão de Exames de Vista é uma das entregas que mais tenho orgulho no mandato. Mas é um projeto que tem um potencial enorme de ser acelerado.

Meu sonho grande é ter a certeza que todos os alunos das escolas públicas de Belo Horizonte tenham acesso ao diagnóstico de problemas de vista o mais cedo possível e a garantia de que receberão o tratamento adequado com o recebimento de óculos.

O apoio da Prefeitura é fundamental para a conclusão desse projeto tão urgente para os estudantes belo-horizontinos.

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