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Bolsonaro chama Lula de jumento e fala em ‘missão’ de voltar à Presidência

Ex-presidente, em evento de filiação do PL em São Paulo, disse que preferia ir a praia do que voltar a ser presidente, mas entende que tentar novamente o cargo é uma ‘missão’

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Por Zeca Ferreira
Atualização:

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta terça-feira, 25, do evento de filiação do PL na Câmara Municipal de São Paulo. Na cerimônia, ele atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chamando de “jumento” e “analfabeto”. O ex-presidente ainda disse que um eventual retorno ao Palácio do Planalto é encarado como uma “missão”.

“A quem interessa, leva-se em conta alguns países europeus, países do norte (...) interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto? Um jumento, por que não dizer assim”, disse o ex-presidente sobre o sucessor. Ao chegar no local, Bolsonaro foi aplaudido por apoiadores que lotavam o salão nobre da Casa legislativa.

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Durante o evento, Bolsonaro também dirigiu ataques ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao expressar sua discordância em relação à reforma tributária aprovada na Câmara. “Haddad comparando herdeiros a parasitas. Logo ele, que nunca trabalhou na vida”, disse.

Outro alvo da ofensiva do ex-presidente foi a Comissão da Verdade, responsável por investigar os crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar. Bolsonaro colocou em dúvida a respeitabilidade do órgão ao insinuar que a comissão foi concebida por “uma esquerda que não quer o bem do seu país”.

Fernando Holiday e Jair Bolsonaro em evento de filiação do PL em São Paulo Foto: Divulgação/Assessoria Fernando Holiday

Além disso, Bolsonaro indicou que considera uma possível volta à Presidência da República como uma missão. “Triste um País que pune um político não pelos seus erros ou defeitos, mas por suas virtudes. Eu fui punido no TSE por virtude. Vontade de ser presidente novamente? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão.”

Holiday diz se sentir como o ‘filho pródigo’

Na cerimônia, foi realizada a filiação do vereador de São Paulo Fernando Holiday ao PL. Como mostrou o Estadão, ele não será candidato à reeleição como vereador para focar na construção de candidatura a deputado federal em 2026. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, confirmou o nome de Holiday à Câmara na solenidade.

Criado em Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo, Holiday ganhou destaque com um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL) durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Há dois anos, ele chamou o então presidente Bolsonaro de “jumento” e “corrupto” e disse que se arrependeu do apoio dado ao mandatário nas eleições de 2018.

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Buscando redenção junto ao novo padrinho político, Holiday contou a parábola bíblica do filho pródigo como analogia à sua relação com Bolsonaro. “Me sinto como um filho pródigo, um filho que cometeu muitos erros e se arrepende amargamente, mas que está sendo recebido de volta em casa”, disse o vereador.


Na tarde desta terça-feira, 25, Carlos Bolsonaro usou sua rede social para indicar contrariedade. Sem citar Holiday, criticou aqueles que falaram mal da gestão de seu pai e agora querem se aproximar dele.

Além do vereador, outras lideranças de direita da capital paulista se filiaram ao PL, como o pré-candidato ao legislativo municipal Lucas Pavanato. A legenda planeja concentrar esforços e recursos financeiros para, nas eleições de 2024, formar uma espécie de corredor de direita no Estado de São Paulo.

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Para isso, Costa Neto vem utilizando o capital político de Bolsonaro para lançar nomes alinhados a um discurso mais conservador, como o da deputada federal Rosana Valle (PL), que estava presente no evento e é a pré-candidata do partido à Prefeitura de Santos. “O Bolsonaro é a última palavra dentro do partido. Nunca faremos nada sem consultar o Bolsonaro”, disse Costa Neto no evento.

Também participaram do evento, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), o presidente municipal do PL, Antônio Carlos Rodrigues, o presidente estadual do PL, Tadeu Candelária, além de deputados federais e estaduais. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tinha espaço reservado na mesa, mas não compareceu.

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