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Bolsonaro posta vídeo de abraço em criança e mantém silêncio sobre esquema de joias

O vereador Carlos Bolsonaro, sem comentar o caso, usou as redes para criticar a Petrobras; segundo a Polícia Federal, ex-presidente teria sido o beneficiário da venda de itens recebidos em viagens oficiais

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Foto do author Rubens Anater
Por Rubens Anater
Atualização:

Sem falar nada sobre a Operação Lucas 12:2 que investiga um esquema de venda de joias recebidas em agendas oficiais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou na manhã deste sábado, 12, um vídeo curto nas redes sociais no qual ele abraça uma criança. Com exceção da postagem, Bolsonaro tem mantido silêncio desde a deflagração da operação pela Polícia Federal na nesta sexta-feira, 11. Aliados e os filhos dele também evitaram comentar a nova investigação.

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Na rede social X, novo nome do Twitter, o ex-presidente se resumiu a escrever “Bom sábado a todos!” e aparecer abraçando uma menina e posando com ela para fotos, em meio a apoiadores. Não há indicações de quando a gravação foi feita.

O vídeo de 16 segundos tem uma trilha sonora dramática. Não há qualquer menção à operação em que a Polícia Federal aponta um esquema de venda de itens recebidos em viagens oficiais para enriquecer o ex-presidente.

Os advogados de Bolsonaro se manifestaram na noite de sexta-feira, 11. Em nota, disseram que o ex-presidente “reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.

O filho “01″ do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reproduziu o comunicado. “Mais uma tentativa de assassinar a reputação de Bolsonaro salta aos olhos de toda a nação brasileira e será em vão”, disse.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro preferiu insinuar que o Brasil estaria “perto de colapsar” e que o que estaria acontecendo seria uma “mudança de foco”. Para justificar isso, ele compartilhou uma notícia que diz que o lucro da Petrobras caiu quase 50%. Contudo, ele não mencionou expressamente a operação e a descoberta do esquema de vendas e a recompra de presente.

A operação, que faz referência ao versículo bíblico que diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto” tem como alvos o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid; o advogado Frederick Wassef, que representou o ex-chefe do Executivo; e o tenente Osmar Crivelatti, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ela foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que argumentou que “há fortes indícios de desvios de bens de alto valor patrimonial”.

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De acordo com a PF, os montantes obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL) também aparece no caso. Apesar de não ser investigada no caso que deu origem à operação, ela é mencionada em uma das trocas de mensagens entre os ex-ajudantes de ordens. O ex-assessor Marcelo Câmara fala para Mauro Cid que alguns dos objetos teriam desaparecido, atribuindo a Michelle a responsabilidade sobre um deles. “Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle”, afirmou.