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Bom humor vira arma nas redes contra atos de aliados de Bolsonaro que contestam resultado das urnas

Apoiadores do presidente compartilham pegadinhas como se fossem notícias reais; imagem de ex-atriz pornô é identificada como ‘diretora do departamento antifraude do Tribunal de Haia’

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Por Redação

Após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial e a subsequente onda de manifestações contestando o resultado das urnas, perfis de apoiadores da esquerda nas redes sociais passaram a satirizar a desconfiança em relação ao processo eleitoral com notícias falsas que, em algumas situações, foram tomadas como verdadeiras por bolsonaristas.

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Um caso que ganhou repercussão foi uma montagem mostrando a cantora americana Lady Gaga como se fosse uma ministra. Em tom irônico, a publicação diz que a ministra “Stefani Germanotta” (nome real da artista) avalia convocar uma “intervenção federal” para realizar nova apuração das urnas.

A imagem circulou em grupos bolsonaristas. Apoiadores do presidente que não conhecem Lady Gaga acreditaram que a informação fosse real. “Bolsonaro conversa nesta quarta-feira com a ministra Stefani Germanotta sobre as providências a serem tomadas após as 72 horas. Tudo indica que ocorrerá uma intervenção federal para reapurar os votos das urnas”, diz a montagem.

Em outra fake news, a cantora Agnetha Fältskog, vocalista do grupo Abba, virou uma “juíza sueca” que defende a tese de fraude nas eleições brasileiras. Uma entrevista concedida pela artista em 2013 foi editada com legendas manipuladas, de modo a dar a entender que ela questionava o resultado do pleito entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Vocalista do ABBA vira 'juíza sueca' em fake news sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Foto: Reprodução

Algo semelhante ocorreu com a imagem da ex-atriz pornô Mia Khalifa, que já protagonizou fake news na época da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Dessa vez, Khalifa foi apresentada como Igrad Gaak, “diretora do departamento antifraude do Tribunal de Haia”.

Khalifa entrou na brincadeira e compartilhou no Twitter uma “notícia” dada por um portal de extrema-direita em que é creditada a ela uma frase sobre haver “provas irrefutáveis” de fraude nas eleições.

“Ok, a essa altura eu deveria estar perguntando se estou atrasada para o trabalho, eu acho que realmente tenho este cargo”, ela escreveu.

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Além de celebridades internacionais, algumas pessoas caíram, ainda, em pegadinhas envolvendo generais que não existem. Os supostos “militares”, que obviamente são fake, foram batizados com nomes de duplo sentido, como “Eulino Zahpi” (ou “eu li no zap”). Outros possuem nomes de baixo calão.

Em outro exemplo, um perfil de apoiadores de Bolsonaro no Twitter compartilhou uma suposta “matéria” de um inexistente instituto alemão chamado Gefälschte Nachrichten (que, traduzido para o português, significa “notícias falsas”) alegando que houve fraude nas eleições brasileiras.

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