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Cantanhêde: colunista relembra fatos que marcaram primeiro ano de Bolsonaro

Em retrospectiva, Eliane Cantanhêde cita polêmicas do presidente e projeta o que esperar de 2020

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Por Redação
Atualização:
O presidente Jair Bolsonaro Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro foi marcado por uma "forte marca ideológica, teste de forças com os generais, recuos em áreas estratégicas, como Meio Ambiente, Educação e Cultura, crises artificiais com parceiros históricos do Brasil e perda de imagem do País no ambiente internacional", segundo a colunista do Estado Eliane Cantanhêde.

E o que esperar para o segundo ano do mandato do presidente? "Já começa com o Ministério Público nos calcanhares da família Bolsonaro", escreve a colunista. 

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Veja, abaixo uma seleção de cinco colunas escritas por Eliane Cantanhêde ao longo do ano que ajudam a resumir o que foi o primeiro ano de Bolsonaro na Presidência. 

1- O capitão e os generais - 04/01

Para Bolsonaro, as Forças Armadas são “obstáculo para quem quer usurpar o poder”, mas quem se apossou do poder político e alijou os civis por 20 anos foram elas. E há quem veja no novo governo a volta dos militares. Observando as posses, os discursos e a bajulação, porém, os ministros militares estão entre os mais sensatos, menos bajuladores e se comportam como quem veio não pelo gosto pelo poder, mas para ajudar a resgatar a ordem no País e na gestão pública.

2- Caindo do pedestal - 03/04

O mais frontal golpe contra a autoridade de Moro foi a ordem do presidente para desconvidar a cientista política Ilona Szabó para um conselho sobre política criminal e penitenciária. Ela foi escolhida por ser altamente qualificada, ter ideias próximas às de Moro e por tê-lo impressionado num debate em Davos. E foi dispensada porque os bolsonaristas de internet não admitiram alguém que pensa diferente deles. Entre o ministro e as redes, o presidente optou pelas redes.

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3- Na contramão, 100km/h - 7/6

O presidente Jair Bolsonaro anuncia o fim da “indústria da multa”, mas pode estar reforçando a “indústria da morte” com a obsessão pelas armas, o estímulo para converter carros em armas e a sensação de que, ao virar presidente, está livre para tornar suas convicções pessoais em agenda de Estado. Os papos com filhos e amigos agora viram MPs, decretos, projetos de lei. Danem-se especialistas, dados e pesquisas científicas.

4- Nova sigla, velhas ideias - 22/11

Cadê a direita que equilibra o liberalismo na economia com o liberalismo social e cultural? Que combate o dirigismo estatal, defende a iniciativa privada e a política externa pragmática, simultaneamente à responsabilidade social, liberdade de expressão, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, respeito à diversidade e a globalização? Ou a direita não pode ser generosa e inclusiva?

5- Um mito em xeque - 20/12

Após encerrar prematuramente a carreira militar, aliás com graves motivos, Bolsonaro enveredou pela política mantendo sempre o discurso antipolítica, antipolíticos, antissistema, antipartidos, anti-Congresso. Se tinha essa ojeriza toda, por que entrou na roda e jogou para dentro dela a própria família? As revelações do MP sobre o gabinete do primogênito, Flávio Bolsonaro, na Alerj, autorizam uma conclusão, ou suposição: porque era fácil todo mundo “se dar bem”. Com dinheiro público, frise-se. 

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