O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou hoje que uma possível cassação do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) está prevista no "processo democrático". De acordo com ele, se for comprovado o envolvimento de ACM em irregularidades, a suspensão dos direitos políticos do senador será uma conseqüência natural. "Seria difícil não haver cassação; a democracia não pode conviver com essas coisas", declarou, referindo-se à acusação de que ACM teria quebrado decoro parlamentar por participar da violação do painel de votação do Senado. O governador afirmou que espera uma solução rápida para o caso, que considera "grave". "Tudo tem que ser muito bem apurado; o Senado e o Congresso precisam sair do noticiário policial e ir para o noticiário político", disse Alckmin. O governador não se mostrou muito favorável à criação de uma CPI da Corrupção para apurar as denúncias no Senado. Segundo ele, existe o "perigo" de uma CPI como essa ser utilizada como "palanque eleitoral" da campanha de 2002. Além disso, segundo Alckmin, uma CPI pode agravar a crise política e prejudicar a economia do País, já um pouco desestabilizada com o quadro internacional de desaceleração, principalmente nos EUA. "Estamos vivendo um momento de turbulência econômica e a política deve colaborar para que a economia do País não saia prejudicada", afirmou. Para o governador, a CPI não deve ser genérica: ela deve ter "foco". De acordo com ele, as denúncias de irregularidades já estão sendo apuradas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal . O governador inaugurou hoje, às 11h, um posto de apoio ao trabalhador em São Paulo, intitulado "Casa de Apoio ao Emprego Mário Covas".