Uma ala do Partido Verde (PV) briga para democratizar o partido e derrubar José Luiz Penna, que ocupa o posto de presidente desde 1999. Ele tem sido criticado por falta de transparência nas decisões partidárias. Integrantes da sigla contrários ao atual dirigente querem limitar a recondução para os cargos na executiva nacional e estabelecer critérios claros para o uso de recursos e a prestação de contas. Dizem ainda que a legenda passa por uma severa crise financeira.
Membros do PV ouvidos pela Coluna do Estadão afirmam que Penna pretendia se reeleger novamente sem passar por convenção partidária, o que costuma ser praxe, mas dessa vez gerou revolta pelo desgaste interno que ele vem sofrendo. Procurado, ele não respondeu.
Quando a movimentação de Penna foi identificada, membros da executiva chamaram uma reunião às pressas para esta sexta-feira, 6. Integrantes da sigla dizem que a convocação ocorreu no grupo de WhatsApp oficial e por e-mail, mas mesmo assim Penna e seus aliados não participaram.
Ficou decidido que haverá uma convenção partidária em 17 de janeiro, dia do aniversário do partido, com objetivo de alterar o estatuto, para estabelecer “critérios de transparência e democratização”, e renovar o comando da sigla.
O PV vem perdendo força política nos últimos anos e precisou fazer uma federação com o PT e o PCdoB para sobreviver. Internamente, há uma avaliação de que a sigla tem perdido oportunidades de crescer, já que a pauta ambiental, justamente a maior bandeira do partido, está em alta nas discussões do País. Penna tem levado a culpa pelas dificuldades da legenda em ganhar visibilidade.