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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Alckmin tenta melhorar relação entre Brasil e Ucrânia via economia e se reúne com ministra

Vice-presidente conversou com a chefe da economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, em agenda intermediada pelo Itamaraty; os presidentes Lula e Zelenski têm uma relação marcada por tensões

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Por Eduardo Gayer

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) aposta na pauta econômica para melhorar a relação do Brasil com a Ucrânia. O “clima” entre os dois países ficou abalado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter equiparado as responsabilidades da Ucrânia (país invadido) e Rússia (país invasor) na guerra que atravessam.

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Nesta segunda-feira, 22, Alckmin fez uma reunião virtual com a ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko. Também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente conversou com a representante do governo ucraniano sobre como estreitar a relação comercial entre os países. A aposta é que os setores como o de fertilizantes e o de nutrição animal podem ter avanços.

Pouco se falou sobre a guerra na Ucrânia: Alckmin apenas destacou que o Brasil é comprometido com a paz por uma tradição constitucional. O próprio Itamaraty intermediou a agenda. Svyrydenko sugeriu a Alckmin a promoção de um fórum empresarial em São Paulo para aumentar o fluxo comercial entre os dois países.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que tenta melhorar a relação entre Brasil e Ucrânia via economia. Foto: Pedro Kirilos / ESTADÃO CONTEÚDO

Em uma recente entrevista, o presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, disse que seria um “grande erro” Lula se encontrar pessoalmente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na Cúpula do Brics, em outubro.

Lula, que em um primeiro momento tentou se colocar como um mediador da guerra na Ucrânia, também sugeriu que Vladimir Putin poderia visitar o Brasil para a Cúpula do G-20 sem medo de ser detido. Putin, contudo, é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, do qual o Brasil faz parte. O governo tem endossado a tese de que Putin teria imunidade por ser chefe de Estado.

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Apesar de considerar um erro a proximidade com a Rússia, Zelenski afirmou que a relação com o governo Lula melhorou depois do encontro às margens da Assembleia-Geral da ONU no ano passado em Nova York. Antes disso, eles haviam tentado, sem sucesso, se reunir durante a Cúpula do G-7, em Hiroshima, no Japão. Na época, Brasil e Ucrânia deram versões diferentes para o desencontro, ironizado por Volodmir Zelenski.

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