Dez dias depois de retirar da equipe de Tarcísio de Freitas o policial federal Danilo Campetti sob a justificativa de falta de efetivo na PF, o Ministério da Justiça cedeu dois peritos criminais da corporação para a Presidência da República. A convocação dos agentes reforçou a impressão de auxiliares do governador de São Paulo de que o pedido de retorno do servidor teve motivação pessoal.
Outras decisões também corroboram para esse entendimento. Em uma portaria publicada no último dia 15, o secretário executivo da pasta, Ricardo Capelli, também cedeu um policial rodoviário federal para o governo de Minas e outro para a Prefeitura de Salvador. Ambas as gestões são de adversários políticos do PT, Romeu Zema (Novo), e Bruno Reis (União), sucessor de ACM Neto.
A medida, segundo auxiliares de Tarcísio, indica que o governo federal não vê problemas em abrir mão de servidores em benefício de opositores, mas exigiu o retorno de Campetti por exigência de Lula. Como revelou a Coluna, o policial participou da condução coercitiva e da prisão do presidente durante a Operação Lava Jato e o escoltou, em 2019, quando o petista teve liberdade provisória concedida para ir ao velório do neto.
Campetti era um alvo antigo do PT. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, chegou a entrar com representação na PF e no Ministério Público Federal contra o policial por ele se posicionar abertamente a favor de Jair Bolsonaro nas redes sociais.