Após passar por maus momentos, a base do presidente Lula na CPI do MST respira aliviada e planeja uma manifestação festiva, com convite a celebridades de esquerda, no depoimento de João Pedro Stédile, líder sem-terra, ainda sem data marcada. A comemoração é porque o Planalto conseguiu formar maioria no colegiado e até cancelar a convocação do ministro Rui Costa (Casa Civil), com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Mas algumas lideranças governistas, ouvidas sob reserva, pregam cautela. Alertam que o cenário não é consolidado e pode mudar caso os partidos do Centrão não se sintam contemplados na reforma ministerial.
Republicanos e PP trocaram integrantes da CPI para agradar o presidente Lula e garantir um colegiado menos oposicionista. Os dois partidos estão em meio à negociação com o governo para os deputados Silvio Costa Filho (PE) e André Fufuca (MA) serem nomeados ministros.
Até o União Brasil, que recentemente trocou Daniela Carneiro por Celso Sabino no Ministério do Turismo, fez alterações no colegiado para ficar bem com o governo. As trocas foram negociadas pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Por enquanto, o foco governista é garantir que as convocações já aprovadas na CPI ocorram com o menor desgaste possível para o Planalto. Nesta quinta, 10, a oitiva será com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Oposição tenta reação
Enquanto isso, o presidente da CPI, Luciano Zucco (Republicanos-RS), afirmou a aliados que vai procurar o presidente da Câmara, Arthur Lira, e os líderes para tentar contornar a situação e devolver a força da oposição no colegiado. O grupo quer manter o cronograma de convocações. Além dos depoimentos, os bolsonaristas querem manter a agenda de diligências: a próxima será nesta sexta-feira, 11, em Alagoas.
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