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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

Centrão quer dividir pasta de Wellington Dias para alimentar a fome por ministérios

Bolsa Família ficaria com o petista e outros programas iria para comando do PP

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Por Augusto Tenório e Roseann Kennedy
Atualização:

O Centrão quer aproveitar a troca de Daniela Carneiro (União) no Turismo para forçar o governo Lula a fazer uma minirreforma ministerial. A investida mais recente é para dividir o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, comandado por Wellington Dias (PT-PI).

As discussões envolvem integrantes das bancadas do PP e do Republicanos, que querem cobrar a fatura pelos votos dados na reforma tributária e pelo apoio que podem dar no projeto do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias (PT-PI). 07/12/2022  Foto: Roque de Sá/Agência Senado

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A divisão da Pasta começou a ser cogitada entre as lideranças políticas do bloco sem coloração partidária porque o apetite pelo ministério esbarrou na resistência da bancada do PT, que não aceita tirar o cargo de Wellington Dias e devolvê-lo ao Senado. A alternativa seria uma forma de manter o controle do Bolsa Família sob a legenda do presidente da República.

“É mais que natural o PP e Republicanos entrarem no governo. Mas Wellington é nosso, esteve na campanha. Se quiserem tirá-lo, vão comprar briga com a gente”, diz uma liderança do PT à Coluna.

Dessa forma, o governo teria o Ministério Desenvolvimento Social e o Ministério do Combate à Fome, cabendo ao PP indicar um dos nomes.

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Isso acontece em meio à aproximação do PP e Republicanos com a articulação do governo Lula para aprovar a reforma tributária, na quinta-feira, 06 de julho. A vitória é atribuída ao esforço de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

Votação expressiva

A bancada do PP tem 40 deputados e 82% votaram a favor da reforma tributária. Já o Republicanos entregou 36 votos favoráveis, o que representa 88% votos. “O PP e Republicanos, praticamente, já são governo. Agora é ver como encaixá-los”, diz uma liderança governista à Coluna, sob reserva.

Agora, o posicionamento desses partidos deve ser crucial para o governo ver aprovar o PL do Carf. Se aprovada, a matéria pode render ao Planalto um acréscimo de orçamento na casa dos R$ 60 bilhões.

Republicanos

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O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), disse que o partido não participa das negociações e que se manterá independente na relação com o governo. Por meio da assessoria, reforçou que não endossa as tratativas de integrantes da bancada para ocupar cargo na gestão de Lula.