A localização dos 261 móveis que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizia terem “sumido” do Palácio da Alvorada após a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virou assunto até mesmo na festa de 44 anos do PT, promovida nesta quarta-feira, 20, em Brasília.
O tema espinhoso não chegou a estragar a noite regada a bons vinhos, mas causou desconforto e tentativa clara de desviar o assunto. Um petista histórico, questionado sobre a polêmica, retrucou, em tom de ironia, se a reportagem sabia onde estavam as joias que Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao País. O caso foi revelado pelo Estadão.
Um ministro petista, por sua vez, tergiversou. Afirmou à Coluna do Estadão que “não ficou sabendo” da localização dos móveis, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Os móveis do Palácio da Alvorada que Lula dizia terem sido levados pelo ex-presidente estavam em depósitos da Presidência da República. Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) afirmou que os móveis foram encontrados após 10 meses de buscas ainda no ano passado.
“Só no segundo semestre de 2023 o atual governo concluiu a busca por todos os itens que não foram localizados durante a gestão Bolsonaro em diversas dependências diferentes da Presidência da República – não só no Alvorada”, diz o texto.
Após a publicação da nota, o governo adotou a estratégia do silêncio. A Coluna do Estadão procurou o Palácio do Planalto para saber se haverá uma nota de retratação ou um pedido de desculpas a Bolsonaro, mas não obteve retorno.