O governo Lula está tenso com a possibilidade de Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, ser chamado à CPI do MST. A base foi mobilizada para fazer todos os acordos possíveis e evitar a convocação. O motivo é pragmático: o ex-governador da Bahia tem histórico conflituoso do com o movimento e pode municiar a oposição.
A Bahia é palco de diversas invasões do MST e Rui Costa não esconde, nem de correligionários do PT ou de aliados do Planalto, sua falta de simpatia pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Em maio, por exemplo, o MST e o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) acusaram Rui de vetar representantes do movimento sem-terra no palanque do presidente Lula durante evento do PPA, realizado no Estado. O ministro-chefe da Casa Civil negou o veto.
O mal-estar é antigo. Em 2016, quando Rui Costa ainda era governador, o MST realizou uma manifestação e chegou a ocupar a sede do governo estadual. Eles acusavam o petista de descumprir promessas feitas ao movimento.
Por isso, a base do governo Lula na CPI do MST se movimentou — e até entregou o ex-ministro-chefe do GSI, G. Dias — para evitar a todo custo a convocação de Rui.
Fritura de Rui Costa pode transbordar na CPI do MST
Outro temor no Planalto é o momento vivido por Rui Costa. O ministro foi fritado por integrantes da própria base do governo no Congresso Nacional. Eles reclamam que o tratamento dispensado pela Casa Civil a parlamentares dificulta a governabilidade.
Leia também
Oposição aproveita blindagem a Rui
A oposição aproveita a blindagem a Rui Costa para fechar acordos com os governistas e avançar em outros requerimentos. Nesta quarta-feira, 11, por exemplo, aprovou em menos de dois minutos mais de vinte requerimentos de convocação e pedidos de informação. Além disso, querem evitar dar palanque ao ministro.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.