Cerca de 10 pessoas interromperam o início do discurso do prefeito nessa segunda-feira, 21, sobre as diretrizes de seu novo partido, causando confusão na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde foi realizada a cerimônia.
Os manifestantes carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o aumento da tarifa do ônibus na capital paulista, que passou de R$ 2,70 para R$ 3 (reajuste de 11,1%). "R$ 3 é roubo" e "Prefeito sustenta a desigualdade", diziam os cartazes carregados por estudantes.
Visivelmente constrangido, Kassab pediu em duas oportunidades calma aos que protestavam. Chegou inclusive a mandar beijos para um dos manifestantes. "Vamos dar um exemplo de democracia", disse Kassab.
Os cartazes, porém, foram rasgados por seguranças do evento e os manifestantes foram retirados do local do evento.
O aumento das passagens de ônibus, anunciado em dezembro de 2010, é uma das razões que explicariam a queda de popularidade do prefeito nos últimos meses. Pesquisa do instituto Datafolha divulgada ontem revela que caiu oito pontos percentuais, em quatro meses, a aprovação do prefeito (ótimo e bom), passando de 37% para 29%.
O período da queda de aprovação coincide com as articulações políticas intensas do prefeito para deixar o DEM e viabilizar a criação do PSD. Kassab fez costuras com dirigentes do PMDB e do PSB. Chegou-se a cogitar, inicialmente, que o prefeito migraria para o PMDB. Em seguida, ganhou espaço a tese de que criaria uma legenda para se fundir com o PSB.