PUBLICIDADE

Comissão da Câmara barra audiência sobre relatório dos EUA que acusou Moraes de violar direitos

Proposta para realização de reunião da CCJ sobre documento que aponta censura de decisões do STF e do TSE ao X, antigo Twitter, foi derrubada com apoio do Centrão

PUBLICIDADE

Foto do author Levy Teles
Por Levy Teles
Atualização:

BRASÍLIA — Deputados ligados ao Centrão e também da base do governo Lula barraram a realização de uma audiência pública para debater o relatório feito por integrantes da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que aponta supostas violações de direitos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

PUBLICIDADE

A proposta contou apenas com o apoio do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Novo. Todas as demais legendas pediram pela retirada da proposta de pauta. O placar da votação final ficou 33 a 20 a favor da derrubada da proposta.

“Me incomoda a ideia de discutir um relatório americano. Eu duvido que o parlamento americano discuta um relatório brasileiro. Acho um absurdo um parlamento de outro país interferir no poder judiciário outro”, afirmou a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).

O deputado federal Gilson Marques é o autor do requerimento de audiência pública Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

“Corriqueiramente temos na pauta itens inóquos, desde nome de ponte rodovia, aí se discute por horas e horas. Quando é para debater liberdade de expressão na Câmara, as pessoas não querem”, respondeu o deputado Gilson Marques (Novo-SC), autor da proposta. Gilson sugere uma lista de juristas brasileiros para discutirem o documento.

O governo, a maioria, o PDT, o União Brasil, o PSD, o PP e o Solidariedade orientaram voto pela retirada da pauta da proposta de audiência pública.

O relatório dos deputados dos EUA divulgou 88 decisões judiciais, muitas delas sigilosas, que determinavam a retirada de perfis do X (ex-Twitter), Facebook e Instagram. Os parlamentares americanos afirmam que houve censura a perfis ligados ao bolsonarismo. O chefe da comissão responsável é um apoiador do ex-presidente Donald Trump, aliado ideológico de Jair Bolsonaro.

A controvérsia começou após o empresário Elon Musk, dono do X, acusar Moraes de promover “censura” e pedir a renúncia do ministro do Supremo.

Publicidade

Neste último domingo, 21, houve um ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Em Copacabana, Bolsonaro novamente disse que o empresário é um “mito da liberdade” e pediu aplausos para Musk.

Segundo o o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), 32,7 mil pessoas apareceram no evento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.