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Conselho de Ética deve arquivar caso contra Renan Calheiros

A previsão é que Renan escape ileso com, pelo menos, 9 dos 15 votos do Conselho

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Por redacao
Atualização:

Senadores da base aliada e de oposição apostam que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar vai determinar, na terça-feira, 19, o arquivamento do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A previsão é que Renan escape ileso com, pelo menos, nove dos 15 votos do Conselho, depois que a Polícia Federal der parecer pela autenticidade dos documentos apresentados pelo presidente do Senado para justificar seus rendimentos e o pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso. "A situação do senador Renan melhorou no Conselho. Não há predisposição para levá-lo para a guilhotina de qualquer maneira", afirmou o senador Renato Casagrande (PSB-ES). "Se essa perícia da Polícia Federal comprovar que todos as operações são explicáveis, tudo bem para o senador", disse. E argumentou: "Se para quem ele vendeu o gado usou nome falso, nome fantasia, isso não é problema do Renan". A estratégia dos aliados e da oposição para absolver Renan Calheiros será baseada na perícia dos documentos pela Polícia Federal. A proposta é que a análise da documentação pare por aí, limitando-se a verificar a autenticidade das notas apresentadas pelo presidente do Senado para justificar seus rendimentos. O Conselho de Ética não deverá ir em frente com as investigações sobre o conhecimento, ou não, de Renan quanto à legalidade das transações comerciais de venda de gado para frigoríficos e açougues de Alagoas. Ou seja: o conteúdo da documentação não será averiguado pelo Conselho. "Pode até ser verdade que o senador Renan não sabia de nada, de como foram feitas essas negociações, mas isso precisa ser averiguado. Não dá para ficar só na autenticidade dos documentos sem analisar o conteúdo", defendeu o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Ele e o senador Jarbas Vasconcellos (PE) são os únicos peemedebistas favoráveis ao aprofundamento das investigações. "A verdade é que há uma disposição de todos os partidos, inclusive do Democratas e do PSDB, de não querer condenar o Renan", disse Simon. Diante da provável autenticidade dos documentos, embora revelem pouco sobre as negociações, os senadores do Conselho de Ética deverão absolver Renan Calheiros, com o arquivamento do processo por falta de decoro parlamentar. A expectativa é que os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Jefferson Peres (PDT-AM) fiquem sozinhos na defesa do avanço nas investigações. Nem mesmo os depoimentos previstos para segunda-feira, no Conselho, deverão mudar o placar favorável a Renan Calheiros. A blindagem em torno do presidente do Senado junto ao PSDB ganhou força com a intervenção do governador de Alagoas, Teotônio Vilella. Amigo pessoal de Renan, o governador tucano pediu pessoalmente aos senadores Marconi Perillo (GO) e Marisa Serrano (MS) para votar pelo arquivamento do processo. "O PSDB vai ter uma enorme preocupação com a imagem do Senado e sabe que a opinião pública está ligada na posição que vamos tomar", observou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). Suplente no Conselho de Ética, ele apresentou voto em separado pedindo o aprofundamento das investigações. Mas, segundo correligionários, tudo não passa de jogo de cena e de uma estratégia dos tucanos para marcar posição e dar um recado à sociedade de que não estão dispostos a inocentar facilmente Renan Calheiros. O presidente do Senado também conta com votos a seu favor entre os democratas. O senador Adelmir Santana (DEM-DF) estaria disposto a votar pelo arquivamento do processo contra Renan. O vice-governador do Distrito Federal, Paulo Otávio (DEM), trabalha incessantemente por Renan. Adelmir era suplente de Paulo Otávio. Outro que ajuda na absolvição de Renan é o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). Ele teria pedido ao senador Jonas Pinheiro (MT), que é suplente no Conselho, para votar pelo arquivamento do processo contra Renan Calheiros.

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