PUBLICIDADE

Da cadeia, ex-prefeito se candidata em Vinhedo

PUBLICIDADE

Por Tatiana Favaro e CAMPINAS
Atualização:

O PTB de Vinhedo (SP) apresentou à Justiça Eleitoral da cidade a candidatura do ex-prefeito Milton Serafim à prefeitura, preso desde sexta-feira em Sorocaba, para onde também foram levados os ex-secretários Alexandre Tasca (Administração) e Marcos Leite (Obras). Eles são acusados de receber propina para aprovar loteamentos no município. O candidato a vice-prefeito na coligação que reúne 9 partidos e 95 candidatos, vereador Jaime Cruz (PV), disse que os advogados do PTB local não vêem impedimento jurídico para a homologação da candidatura. A Justiça Eleitoral não havia endossado o nome de Serafim até a tarde de ontem. "Fomos pegos de surpresa por esse incidente. Milton é liderança na cidade, a documentação estava toda pronta para registrar a candidatura. Como ele (Serafim) já tinha sido preso e solto, não esperávamos a segunda prisão. Ele ainda está respondendo a esse processo e não foi julgado, então a prisão é preventiva", afirmou Cruz. O promotor eleitoral Osias Daudt disse ontem que o Ministério Público estuda o pedido de impugnação da candidatura. "O cartório eleitoral ainda não publicou edital com os nomes dos candidatos. Após a publicação temos cinco dias para entrar com as impugnações. Há uma decisão em primeira instância reconhecida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, num processo civil, que indica o cometimento de improbidade administrativa. Isso bastaria para impugnar a candidatura", ressaltou o promotor. O Diretório Estadual do PTB informou, por meio de assessoria, que vai manter a candidatura de Serafim ao menos até a manifestação da Justiça Eleitoral. Contra Serafim, Tasca e Leite tramitam dois processos na Justiça: um civil, no qual cabem recursos, e um criminal, no qual os três ainda não foram sentenciados nem em 1ª instância. No criminal, eles são suspeitos de formação de quadrilha e concussão (obter vantagem pessoal ao usar o cargo público). Já o civil prevê, além da perda dos direitos políticos, uma multa de R$ 5,5 milhões. Eles também terão de devolver os lotes que compraram na gestão na qual trabalharam (1996-2004). Os três acusados foram presos na sexta-feira passada por policiais do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). A prisão ocorreu por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a favor de recurso do Ministério Público do Estado de São Paulo em processo criminal. O advogado de Serafim, Ralph Tórtima Stettinger, disse que recorrerá da decisão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.