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Dassault lamenta escolha e diz que modelo sueco tem 'muitos itens dos EUA'

Empresa era a favorita para vencer a concorrência durante a gestão de Lula e desde o anúncio vem demonstrando sua insatisfação com a decisão brasileira

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

Londres - A francesa Dassault Aviation lamentou nesta quinta-feira, 19, não ter sido a escolhida pelo Brasil para fornecer a próxima geração de caças da Força Aérea Brasileira (FAB). Em nota, a empresa destaca que o modelo sueco Gripen "é equipado com muitos itens de terceiros, especialmente dos Estados Unidos" e que, por isso, não pertence à mesma categoria do preterido Rafale.

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Como divulgou o Estado nesta quinta,durante o governo de Lula a Dassault era a favorita para vencer a disputa, que contava com a sueca Saab, do Gripen, e a Boeing, do FA-18. Ao saberem da escolha do Brasil, a Boeing afirmou ser "decepcionante" a opção brasileira e a Francesa Dassault havia criticado as diferenças de desempenho entre as aeronaves.

Ao anunciar a escolha pelo modelo sueco, as autoridades brasileiras argumentaram que o preço mais baixo e a transferência de tecnologia oferecida pelos suecos pesaram a favor da Saab. A Dassault reconhece que tinha um preço mais elevado, mas argumenta que isso tem explicação técnica. "O Gripen é um avião de motor mais leve, único item que não coincide com o Rafale em termos de desempenho e, por isso, não apresentam o mesmo preço", diz.

Sobre a transferência de tecnologia, a empresa diz que colaborou nos últimos 15 anos com o Brasil, que usa os caças franceses Mirage 2000, modelos que serão aposentados em breve. Esse acordo tecnológico aconteceu especialmente com a Embraer, diz a companhia. "A ampla transferência de tecnologia e parcerias cientificas, técnicas e industriais exigidas pelo Brasil eram poderosos argumentos a favor do Rafale", diz a nota.

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