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Dilma diz que País vai voltar a crescer e que inflação será reduzida

Promessa foi feita nesta sexta, durante a entrega de 1.480 unidades habitacionais do programa 'Minha Casa, Minha Vida' na periferia de Juazeiro (BA)

Por Rafael Moraes Moura

JUAZEIRO - Na mesma semana em que o Relatório de Mercado Focus apontou uma elevação na estimativa de inflação de 2015 - pela décima sétima vez seguida -, a presidente Dilma Rousseff garantiu nesta sexta-feira, 14, que o Brasil vai "voltar a crescer" e "reduzir a inflação". A promessa foi feita nesta sexta, durante a entrega de 1.480 unidades habitacionais do programa "Minha Casa, Minha Vida" na periferia de Juazeiro (BA). 

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Antes do evento, por determinação do Palácio do Planalto, a Polícia Militar da Bahia barrou manifestantes contrários a Dilma, idosos e até beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida, impedindo-os de chegar próximo ao local da solenidade. Nem o vice-prefeito de Juazeiro, Francisco Oliveira, foi poupado.

"Estamos numa travessia e nessa travessia nós vamos fazer dar certo. O Brasil, podem ter certeza, vai voltar a crescer, vai reduzir a inflação", disse Dilma. A estimativa para o IPCA deste ano avançou de 9,25% da semana anterior para 9,32% agora, conforme o mais recente Relatório de Mercado Focus, do Banco Central.

Viagens. Aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente decidiu intensificar a agenda de viagens pela região Nordeste, tradicional reduto eleitoral do PT, onde Dilma também viu recentemente sua popularidade desmoronar.

"Nos últimos 13 anos, no governo do presidente Lula e do meu, fizemos uma coisa e acho que isso vai distinguir o meu governo e o dele, que é o seguinte: nós olhamos para a Bahia, para o Nordeste", afirmou Dilma, que foi recebida com gritos de "Olê-olê-olê-olá, Dilma, Dilma" e "Não vai ter golpe".

Confrontada com uma série de retaliações do Congresso Nacional, ameaça de um impeachment e o aprofundamento da crise econômica, a presidente disse que a "gente vence desafios com luta, otimismo e esperança". 

"Ninguém que olha a dificuldade e fica com medo dela vence a dificuldade. A gente só vence dificuldade com coragem e determinação. Nós sabemos que quando você começa a fazer uma coisa, muita gente olha e fala que 'não vai dar certo'. Esse pessoal nunca vai conseguir realizar o que deve ser realizado", disse a presidente, destacando que o programa Minha Casa Minha Vida "deu certo".

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"O Minha Casa, Minha Vida 3 nós vamos lançar agora, até o dia 10 de setembro, e isso significa o quê? Isso significa mais 3 milhões de casas. Podem ter certeza que nós aprendemos. A cada momento, a cada vez, em cada fase, fazemos casa melhor", ressaltou.

Passado. Em um discurso com críticas veladas à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma fez uma nova contraposição entre o "hoje" e "passado".

"No passado, quando havia seca, havia coisas terríveis, as pessoas tinham problema até para se alimentar, passavam fome. Hoje não tem isso. E por que não tem? Porque tem o programa Bolsa Família. Hoje, você não vê as pessoas invadindo supermercado porque não tem o que comer", comparou Dilma, ressaltando a importância dos programas sociais na região. 

A presidente defendeu no início do discurso a recuperação das margens do Rio São Francisco, que passa por Juazeiro. 

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Manifestação. Antes do início da solenidade, um grupo de cerca de cem servidores públicos com faixas críticas ao governo se aproximou do local do evento. "Dilma, mãos de tesoura, cadê a pátria educadora?", entoavam os manifestantes, que seguravam cartazes de "Valorização da educação" e "Aceitamos os 41% do Judiciário".

Organizado nas redes sociais, o protesto reuniu servidores da Universidade Federal do Vale do São Francisco, do INSS e de institutos federais. O Estado acompanhou a caminhada do grupo, que ocorreu de forma pacífica, sem incidentes, até policiais militares barrarem o caminho.

Temendo o avanço do grupo, policiais militares confundiram manifestantes contrários a Dilma com o público que pretendia assistir à cerimônia, decidindo impedir a entrada de idosos, de uma cadeirante e até de beneficiários do programa que receberiam as chaves. 

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