Uma das três vítimas em estado grave que foram atingidas pelo atirador que atacou a escola Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio de Janeiro) apresentou melhora e seu estado, neste domingo, é estável, segundo a Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil. O boletim divulgado neste domingo pela secretaria informa que a menina de 13 anos "está lúcida, acordada, já respira espontaneamente e seu quadro é estável". A menina foi atingida na coluna e no abdome e tinha passado por uma cirurgia na quinta-feira ainda no Hospital Estadual Albert Schweitzer, e foi transferida para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. Os outros dois casos que continuam de maior gravidade são o de um menino de 13 anos baleado no olho direito. Ele foi operado e está em "estado grave e sedado. Respira com ajuda de aparelhos", de acordo com a secretaria. Um jovem de 14 anos, atingido na mão e no abdome continua também em estado grave. Segundo o boletim deste domingo, ele "permanece sedado, respirando por auxílio de aparelhos. Em estado grave, porém com melhora clínica, sob cuidados intensivos." Outras dez crianças permanecem internadas, sendo oito meninos e duas meninas. Têm entre 12 e 13 anos e se recuperam de lesões na cabeça, no abdome, nos braços, nas pernas, nos ombros e nas mãos. Muitos casos ainda não têm previsão de alta. Mas duas crianças, de 13 e 14 anos, receberam alta na sexta-feira. A tragédia em Realengo resultou em 12 mortes - dez meninas e dois meninos. Todos foram mortos pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, que entrou na escola na última quinta-feira dizendo que iria dar uma palestra na escola e disparou cerca de 50 vezes contra as crianças, para depois se suicidar. Abraço simbólico e prisões No sábado, centenas de alunos, ex-alunos, amigos e parentes das vítimas deram um abraço simbólico na escola Tasso da Silveira para homenagear as crianças. Segundo a Agência Brasil, as pessoas fizeram orações e levaram cartazes pedindo segurança nas escolas e nas ruas da cidade. O muro da escola foi transformado em um santuário, com flores, velas, fotos e mensagens para as vítimas. "A dor é muito difícil. Vizinhos, amigos de escola e outros pais ajudam a confortar nosso coração. Esse abraço que está sendo dado no colégio ajuda muito no conforto. Mas a dor não acaba nunca, vai continuar eternamente", disse Carlos Maurício Pinto, pai de um menino morto no ataque, ao participar do ato. Também neste sábado, a polícia do Rio prendeu dois homens suspeitos de terem vendido uma das armas usadas no crime. O chaveiro Charleston Souza de Lucena e o desempregado Isaías de Souza confessaram terem vendido uma pistola de calibre 32 para o atirador. Eles dizem que Menezes de Oliveira justificou a compra dizendo que precisava se proteger. Charleston conheceu o atirador ao trocar uma fechadura de sua casa e, segundo a polícia, intermediou a compra da pistola depois disso. A arma teria custado R$ 260. Também segundo a Agência Brasil, os dois acusados têm filhos e disseram à polícia que jamais teriam vendido a arma se soubessem que ela teria sido usada num crime. Ambos têm passagem pela polícia, por crimes como lesão e ameaça, e tiveram a prisão preventiva decretada por venda ilegal de arma. As autoridades ainda não identificaram a origem da segunda arma usada por Menezes de Oliveira no ataque: uma pistola de calibre 38. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.