O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, foi alvo de críticas e insatisfação estampadas em cartazes ou entoadas em coro por manifestantes que participaram de passeata, na área central do Recife, no Dia Nacional de Lutas. Ganhou, em número, dos cartazes contra a presidente Dilma. Pelo microfone no carro de som, representantes dos agentes e assistentes sociais educativos acusavam Campos de fazer um "governo marqueteiro". Professores da rede mostravam o cartaz: "Acorda, governador! Quer ser presidente? Valorize o piso nacional, 22,2% é lei". Outro informava que Campos tem 75% de aprovação popular, mas o trabalhador só tem decepção. "Faltam saúde, emprego e educação/sobram cinismo e enrolação."Estudantes entoavam "Oh Eduardo, não é mole não, bota teu filho para andar nesse busão", enquanto trabalhadores rurais da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape), tradicionalmente ligada ao PSB desde a época do ex-governador Miguel Arraes, avô de Campos, gritavam "O povo tá na rua/ Eduardo a culpa é sua".Estudantes do Movimento Passe Livre (MPL) dançaram ao som de bombo e tarol com letra que dizia "Oh Eduardo, Eduardo ó, não é só por dez centavos, essa luta é maior". Já o PSTU empunhava cartazes pregando "abaixo a repressão do PSB" e advertindo que os dez centavos que o governador reduziu no preço da passagem de ônibus não são suficientes. "Queremos estatização do transporte público e passe livre para estudantes." O governador não estava no Recife. Ele cumpre agenda no interior do Estado.Para o coordenador estadual do MST, Jaime Amorim, a luta da sociedade "é maior que uma luta contra governos". "Muito mais do que ser contra, hoje temos de ser a favor das reformas e da pauta dos trabalhadores", frisou ele, durante a passeata.Amorim avaliou o dia de ontem, que uniu centrais sindicais e movimentos sociais, como "um exercício" para uma greve geral no País, caso as reivindicações da população não sejam atendidas pelo governo federal.