O Facebook desativou nesta quarta-feira, 25, uma rede de 196 páginas e 87 perfis pessoais relacionados ao Movimento Brasil Livre (MBL), após uma investigação que detectou contas abertas com identidades falsas – o que é vetado pelos termos de uso da plataforma. De acordo com a empresa, a rede “escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.
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Segundo informações obtidas pelo Estado, a investigação durou meses e derrubou não apenas perfis falsos, mas também usuários registrados com sua identidade real. Isso ocorreu porque o Facebook detectou conexões entre esses usuários e outras contas falsas. Apenas nos casos em que houve “alto grau” de certeza de envolvimento com a rede irregular, de acordo com a análise do Facebook, é que páginas e contas foram desativadas. Outros perfis foram poupados por falta de evidências suficientes de mau uso da plataforma.
Em nota, o MBL alegou perseguição ideológica. “Já há muito o Facebook tem sido alvo de atenção internacional, por conta do viés político e ideológico da empresa, manifestado ao perseguir, coibir, manipular dados e inventar alegações esdrúxulas contra grupos, instituições e líderes de direita ao redor do mundo.”
De acordo com o MBL, as páginas desativadas somavam 500 mil seguidores. Além de conteúdo sabidamente relacionado ao movimento, a ação do Facebook tirou do ar as páginas Rio Conservador, que exaltava o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato a presidente pelo PSL, e Brasil 200, do movimento ligado ao empresário Flávio Rocha, que abriu mão da pré-candidatura à Presidência pelo PRB.
A página principal do MBL no Facebook não foi afetada. Renan Santos e Renato Battista, dois líderes do movimento, usaram esse canal para revelar a desativação de seus perfis pessoais. Em um vídeo transmitido ao vivo, a dupla telefonou para o jornalista Brad Haynes, da agência Reuters, que revelou em primeira mão a iniciativa do Facebook, e cobrou explicações. Quando Haynes explicou que não poderia falar, os dois desferiram ofensas contra o repórter.
O procurador Ailton Benedito, do Ministério Público Federal em Goiás, cobrou do Facebook a relação das páginas e perfis removidos e a justificativa.
Regras
Questionado pelo Estado sobre os critérios adotados para a punição de usuários, o Facebook listou diversos itens, entre eles situações em que “múltiplas contas trabalham em conjunto com a finalidade de enganar pessoas sobre a origem do conteúdo” e “sobre o destino dos links externos aos nossos serviços”. A empresa disse ainda que não se pode enganar pessoas “na tentativa de incentivar compartilhamentos, curtidas ou cliques e com o objetivo de ocultar ou permitir a violação de outras políticas” de uso da plataforma. / COLABORARAM MARIANNA HOLANDA e GILBERTO AMENDOLA
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