A situação da saúde pública em São Paulo tornou o prefeito e candidato à reeleição pelo DEM, Gilberto Kassab, alvo de críticas de seus principais adversários no programa eleitoral gratuito desta sexta-feira, 29,na TV. Marta Suplicy, do PT, e Geraldo Alckmin, do PSDB, criticaram a demora no atendimento na rede municipal e a falta de qualidade do sistema de saúde municipal. Petista e tucano propuseram uma solução muito semelhante para o problema - a criação de uma rede integrada e informatizada de saúde. Veja também: Veja a íntegra da última pesquisa Multimídia: Perfil dos candidatos Guia tira dúvidas do eleitor A candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB), que vem sendo criticada por Kassab desde o início do período eleitoral, resolveu partir para o ataque. "É o mesmo drama, sofrimento e espera sem fim em todos os cantos da cidade", disse Marta sobre a situação da saúde. "Ao contrário do que diz a propaganda (de Kassab), as unidades de Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) não resolveram o problema." Alckmin foi mais comedido, mas não poupou o ex-aliado Kassab. "A saúde precisa melhorar muito, com rapidez e qualidade", afirmou. "Minha experiência como médico vai ser colocada para resolver o grave problema da saúde", disse. O candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) voltou a disputar com o prefeito a paternidade das AMAs. O locutor do programa de Alckmin afirmou que, junto ao governador do Estado, José Serra (PSDB), ele criou as unidades. Poucos minutos antes, Kassab havia afirmado em seu programa: "No tempo da Marta o atendimento na saúde era um caos. Serra e Kassab arregaçaram as mangas e criaram as AMAs." O prefeito, da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC), que tenta polarizar a briga por votos com a petista para poupar uma possível aliança com Alckmin em um eventual 2º turno, devolveu as críticas de Marta. Logo no início do programa de Kassab, o apresentador provocou: "A Marta deu para atacar o Kassab. Ela está criticando o Kassab até na saúde, onde ela foi muito mal e o Kassab, muito bem". E ironizou o nome da coligação da petista, "Uma Nova Atitude Para São Paulo". "Marta está com uma nova atitude, agressiva." Transporte O candidato do PP, Paulo Maluf, reprisou o mesmo programa do último horário eleitoral. Enalteceu as obras que fez na cidade quando prefeito e falou de seu plano de implantar o Plano de Atendimento à Saúde (PAS). Soninha Francine, do PPS, criticou o transporte coletivo na capital paulista. "O sistema viário de transporte parece um asterisco. Deveria parecer uma teia", disse a candidata. "São Paulo não pára, mas ônibus pára. É janela que não fecha e motor barulhento." Transporte também foi o tema escolhido também pelos candidatos do PMN, Renato Reichmann, e do PCB, Edmilson Costa. Reichmann disse que os ônibus são "maquiados, velhos, mas com a frente reformada para parecerem novos". "Os assentos dos ônibus são estreitos e apertados, muito mais do que o dos aviões, mas não vi ministro nenhum reclamando disso na TV", disse, prometendo tirar subsídios das empresas de transporte. Costa prometeu municipalizar o transporte coletivo e reduzir a tarifa até zerá-la. Ivan Valente, da coligação "Alternativa de Esquerda para São Paulo" (PSOL-PSTU), lembrou seu passado como militante político. "Quando era proibido fazer política, Ivan Valente foi chamado de subversivo. Ele brigou contra todos os governos que se venderam para os ricos", afirmou o locutor de seu programa de TV. Ciro Moura, do PTC, prometeu melhorar a educação, com a "Escola de Livre Escolha". A Prefeitura pagaria a mensalidade em escolas particulares para alunos de baixa renda. Levy Fidelix, do PRTB, voltou a defender a criação do Banco Poupança, um banco central municipal. E a candidata do PCO e sindicalista dos Correios, Anaí Caproni, convocou novamente os trabalhadores dos Correios à greve.