PUBLICIDADE

Ex-diretor da Siemens relata 'pressão' do governo

Por FAUSTO MACEDO E FERNANDO GALLO
Atualização:

O engenheiro Nelson Branco Marchetti, ex-diretor técnico da divisão de transportes da Siemens, relatou à Polícia Federal ter sofrido "pressão" de setores do governo de São Paulo, em 2008, para que a multinacional alemã desistisse de recurso administrativo e de medidas judiciais contra a escolha da espanhola CAF na licitação de 320 vagões para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).Marchetti é um dos 6 executivos que trabalharam na Siemens e assinaram acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para revelar a ação de carteis no setor metroferroviário que teriam conquistado licitações milionárias nos governos do PSDB Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, de 1998 a 2008. A PF investiga suposto esquema de corrupção."No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador do Estado (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF", afirma o ex-executivo da Siemens, em depoimento de 5 de novembro.Ele disse que José Luiz Portella, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos na época, "determinou que os concorrentes tentassem solução de subfornecimento" para demover a Siemens do plano de contestar a qualificação da CAF. O engenheiro afirma que Portella "sugeriu que a Siemens desistisse dos recursos e, como forma de se beneficiar de parte da licitação, passasse a buscar um acordo com a CAF para ser subfornecedora de peças".As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.