Toffoli pede que PGR e PF apurem episódio em avião envolvendo Lewandowski e ofensas ao STF

Presidente do STF solicita que sejam 'adotadas as providências cabíveis' sobre os fatos envolvendo a discussão entre o ministro do Supremo e advogado durante voo para Brasília

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Por Amanda Pupo/BRASÍLIA
Atualização:

Dias Toffoli. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, pediu na noite desta quarta-feira (05) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal apurem o episódio ocorrido nesta terça-feira (04) envolvendo o ministro Ricardo Lewandowski e o advogado Cristiano Caiado de Acioli, em voo que ia de São Paulo para Brasília.

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No ofício, Toffoli solicita que sejam "adotadas as providências cabíveis" sobre os fatos, "consistentes em ofensas dirigidas ao STF". O documento foi enviado a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, e ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

Nesta terça, 4, a PF já havia encaminhado um inquérito para apurar a discussão entre Lewandowski e o advogado. Após ouvir de Acioli que o Supremo é uma "vergonha", o ministro questionou se ele queria ser preso e pediu aos comissários da aeronave que chamassem agentes da PF. A conversa foi gravada e divulgada nas redes sociais.

Acioli foi conduzido à Superintendência Regional da PF do Distrito Federal, onde prestou depoimento, e foi liberado em seguida. Antes de esclarecer os fatos à autoridade policial, o advogado ficou retido por aproximadamente uma hora na aeronave, acompanhado de perto por um agente da PF.

Em conversa telefônica com o Estado ainda dentro do avião, o advogado, que é filho da subprocuradora-geral da República aposentada Helenita Amélia Gonçalves Caiado de Acioli, perguntou ao agente que o acompanhava o motivo de estar sendo mantido dentro dele. "Ele disse que eu não posso saber por que estou sendo retido", disse.

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Em nota divulgada ontem, o gabinete do ministro Ricardo Lewandowski informou que o magistrado, ao "presenciar um ato de injúria" à Corte, "sentiu-se no dever funcional de proteger a instituição a que pertence, acionando a autoridade policial para que apurasse eventual prática de ato ilícito, nos termos da lei".

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