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Garimpo recém-descoberto no AM já atraiu três mil pessoas

Prefeito de Apuí, cidade mais próxima, teme que o garimpo traga malária à cidade, por conta do desmatamento que está ocorrendo, além de outros problemas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um garimpo recém-descoberto no sul do Amazonas já atraiu ao local cerca de 3 mil pessoas em 20 dias. O prefeito da cidade mais próxima, Apuí, a 453 quilômetros de Manaus, Antônio Roque Longo, teme que o garimpo traga malária à cidade, por conta do desmatamento que está ocorrendo, além de prostituição e drogas pela entrada de desconhecidos. "Os hotéis estão lotados, o que poderia ser bom para a cidade, mas está assustando os moradores", disse o prefeito de Apuí. O garimpo fica a cerca de 80 quilômetros ao norte do centro de Apuí, às margens do rio Juma, e foi descoberto pelos próprios habitantes da cidade. "Não é difícil ter garimpos escondidos no meio da selva, mas este é aparente. Depois que saírem da área, vai ficar o rastro de destruição". Longo disse que assessores que estiveram no local afirmaram que a área explorada é pequena, de cerca de 3 mil hectares ao longo do Rio Juma, mas que está crescendo com o desmatamento. De acordo com o geólogo Marco Oliveira, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), não há registros de garimpo legal na região, mas a área é rica em ouro. "Também há ouro detectado às margens de rios próximos ao Juma, como o Acari e o Guariba", contou. Segundo ele, essas "corridas para o ouro" são comuns no período em que o ouro está valorizado no mercado, como agora. A reportagem tentou falar com o geólogo Fernando Burgos, chefe no Amazonas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPR), mas uma secretária informou que ele está de férias e só retorna a Manaus no dia 25 de janeiro. O DNPR é o órgão federal responsável por legalizar e fiscalizar os garimpos no País. Segundo o prefeito, pela BR 320, a Transamazônica, onde há quatro meses há um pedágio cobrado por indígenas da etnia Tenharim, estão vindo garimpeiros de Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Pará. "Todos passam pela sede do município para comprar mantimentos e bebidas alcoólicas", afirmou o prefeito. "O pedágio foi nosso primeiro grito de socorro, agora é o garimpo, mas estamos aqui esquecidos pelo governo federal".

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