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Garotinho defende impeachment de Lula e o chama de traidor

O ex-governador do Rio acusou o presidente de ter conhecimento de todas as irregularidades cometidas em seu governo e chamou Lula de "traidor do povo brasileiro"

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Por Agencia Estado
Atualização:

No oitavo dia de sua greve de fome, o pré-candidato do PMDB à Presidência da República, Anthony Garotinho, radicalizou os ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu o impeachment. "Lula e o PT são a mesma coisa. Chegou a hora; agora é Fora Lula", declarou. Garotinho acusou o presidente de ter conhecimento de todas as irregularidades cometidas em seu governo e comparou a crise política atual àquela vivida durante o governo de Fernando Collor de Mello. "Ou nós, que amamos o Brasil e queremos uma pátria soberana, tomamos as ruas a partir de agora ou conseguirão impor ao povo brasileiro a complementação do projeto neoliberal." O pré-candidato do PMDB chamou Lula de "traidor do povo brasileiro" e afirmou que, em um segundo mandato, Lula privatizaria a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Petrobrás. Disse também que o petista acabaria com o 13.º salário. Garotinho voltou a bater na tecla de que é alvo de uma perseguição que uniria o PT, as Organizações Globo, a revista Veja e o "capital financeiro". "Vocês lembram como aconteceu o impeachment do Collor? A Globo induziu a população", afirmou. "Não tenhamos ilusão, nem as Organizações Globo, nem a elite brasileira, nem o capital financeiro nacional e internacional, nem os políticos corruptos de Brasília farão alguma coisa para tirar Lula do poder." Ameaças A greve de fome de Garotinho, iniciada após denúncias de corrupção no financiamento de sua pré-campanha, tem tumultuado a rotina do centro do Rio. Grupos favoráveis e contrários ao peemedebista já chegaram a se enfrentar diante da sede do partido. O Sindicato dos Jornalistas do Rio fez um apelo aos dirigentes do PMDB para que os manifestantes pró-Garotinho parem de ameaçar jornalistas que participam da cobertura. Até mesmo a administração do Edifício Piauí, onde fica a sede do PMDB, está incomodada com a confusão. O partido teve de assinar um termo de responsabilidade com o condomínio, restringindo o uso dos elevadores. Pelo documento, "o acesso (subida e descida) do edifício será realizado exclusivamente pelas escadas". Foi o que fizeram a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB)e o vice-governador, Luiz Paulo Conde, de 72 anos, que subiram oito andares de escada para visitar Garotinho. Na última sexta-feira, houve um princípio de incêndio na casa de máquinas, que a empresa responsável pela manutenção atribuiu ao aumento do número de "partidas" dos elevadores para a sede do PMDB. Até o início da tarde de hoje, 1.591 pessoas já haviam assinado o livro de visitas a Garotinho. Boletim errado No oitavo dia de greve de fome, o estado de saúde do pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, teve poucas alterações. O boletim número sete divulgado no domingo informava erroneamente que o peso do candidato no início da greve era de 91kg. O primeiro laudo médico, do dia 30 de maio, afirmava que ele pesava mais de um quilo a menos, 89,9 kg. Em oito dias de greve de fome, portanto, Garotinho emagreceu 5,2kg, e não 6,3kg. A equipe médica reintroduziu, em pequenas doses, o soro caseiro para diminuir a desidratação, que permanece em grau moderado. A hidratação com água, sal e açúcar, via oral, havia sido paralisada porque Garotinho apresentou intolerância gástrica. De acordo com boletim médico, o ex-governador do Rio está lúcido, orientado, com períodos alternados de prostração, sonolência, dores musculares e de cabeça e cãibras. Ele passou a maior parte do dia deitado.

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