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Governo acerta termos de recriação da Funasa e decreto deve sair até amanhã, diz Danilo Forte

Resgate do órgão, vinculado ao Ministério da Saúde, é um dos pleitos do Centrão, que mira mais espaços na Esplanada

Foto do author Iander Porcella
Foto do author Giordanna Neves
Foto do author Sofia  Aguiar
Por Iander Porcella (Broadcast), Giordanna Neves (Broadcast) e Sofia Aguiar (Broadcast)

BRASÍLIA - O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) afirmou nesta quinta-feira, 13, que acertou com o governo os termos da recriação da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), um dos pleitos do Centrão. Segundo o parlamentar, que participou nesta manhã de uma reunião no Palácio do Planalto, o decreto para oficializar a estrutura do órgão, deve sair até esta sexta-feira, 14, como antecipado pelo Estadão/Broadcast.

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Será criada uma comissão provisória, com prazo de 30 dias, para a reestruturação da Funasa. A equipe será composta por quadros técnicos da Casa Civil e dos Ministérios da Saúde e das Cidades, além de funcionários do próprio órgão e da Advocacia-Geral da União (AGU). Também será nomeado um presidente interino para conduzir os atos administrativos durante o período de transição.

A comissão provisória ficará responsável pelos atos administrativos relacionados ao órgão ao longo de um mês e terá o objetivo de dar uma estrutura mais enxuta para a Funasa. Forte ressaltou que hoje o órgão continua vinculado ao Ministério da Saúde. O desejo do Centrão é que a estrutura permaneça sob o guarda-chuva da pasta comandada por Nísia Trindade porque a execução de emendas na Saúde é maior, mas integrantes do governo preferem deixar a estrutura nas Cidades. Até esta quarta-feira, 12, ainda não havia um consenso sobre o destino da Fundação.

O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE); parlamentar participou de reunião no Planalto para tratar da Funasa Foto: Dida Sampaio/Estadão

Danilo Forte disse que o governo é que indicará o presidente interino para a comissão provisória. “Neste momento, se entregar a Funasa para o jogo político, ela nasce morta, porque aí entra a disputa política, entra o desentendimento, entra a barganha de poder e o que ela precisa agora é de se reestruturar”, declarou. “O União não vai indicar ninguém. Os partidos não vão indicar ninguém. As indicações são técnicas, do corpo técnico da Funasa”, emendou o deputado.

Também ficou determinado que os convênios da Fundação poderão ser prorrogados até o final do ano como forma de evitar que municípios fiquem inadimplentes. Além disso, todos os pagamentos que foram feitos desde a extinção da Funasa, no início do ano, serão honrados e os “restos a pagar” (despesas empenhadas, mas não pagas) do órgão terão mais prazo.

“A Funasa renasceu. Hoje, de fato, ela ganhou a certidão de nascimento dela, depois de todas as idas e vindas chegamos à uma conclusão que vai ter uma fase de recriação”, disse Forte, ao sair do Planalto. Os termos da recriação da Funasa foram negociados com o governo por ele, que já presidiu o órgão, e pelos senadores Hiran Gonçalves (PP-RR) e Daniela Ribeiro (PSD-PB).

Na quarta, como forma de pressionar o governo, o Senado aprovou a urgência na tramitação de um projeto de decreto legislativo (PDL) para restaurar a estrutura da Funasa. O governo editou no início do ano uma Medida Provisória para extinguir o órgão, com a redistribuição das atribuições para o Ministério das Cidades, mas o Congresso não aceitou. A MP que determinava o fim da fundação perdeu a validade sem ser votada.

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O Planalto até tentou incluir a extinção da Funasa na MP da reestruturação da Esplanada, que foi votada no fim de maio, mas precisou recuar após o Centrão ameaçar derrubar a estrutura ministerial de Lula diante da insatisfação com a articulação política, a demora na liberação de emendas e a falta de nomeações de aliados dos deputados para cargos regionais.

A entrega da Funasa é um dos pleitos feitos pelo Centrão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, o destino da antiga estrutura esteve na mesa de negociações entre o governo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários para que a Casa avançasse na votação de pautas importantes para o Executivo, como o projeto de lei que retoma o chamado “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Também estão em negociação outras pastas, como o Esporte ao Republicanos (Silvio Costa Filho, de Pernambuco, é cotado para ser ministro) e o Desenvolvimento Social ao PP (André Fufuca, do Maranhão, é o mais cotado), além da troca no Turismo, que será comandando por Celso Sabino (União Brasil-PA). O União pleiteia também a Embratur e os Correios.

O Centrão também quer a presidência da Caixa Econômica Federal. Como mostrou a reportagem, o ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer e ex-presidente da Caixa Gilberto Occhi (PP) foi o nome indicado pelo grupo ao Palácio do Planalto para comandar o banco no lugar da atual dirigente, Rita Serrano.

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