São Paulo - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou de “tresloucado” o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo. O presidente foi denunciado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro na suposta ocultação de propriedade de um tríplex do Guarujá (SP). “Estou confiando que a juíza da 4.ª Vara não vai atender a esse pedido tresloucado, essa é a nossa expectativa. O presidente está muito tranquilo e nós também estamos tranquilos”, disse o dirigente petista. Falcão afirmou que o promotor que conduz o caso, Cássio Conserino, não tem credibilidade nem imparcialidade e quis, com o pedido de prisão preventiva, criar fatos “midiáticos”. Conserino conduz o processo no Ministério Público paulista junto com os promotores José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo. “O pedido de prisão preventiva vai na linha daquilo que já vinha sendo feito por esse promotor e seus dois parceiros que, sem provas, denunciaram o presidente e, agora, nessa medida a meu ver midiática, pediram a prisão preventiva do presidente sem qualquer motivo”, disse Falcão. “Não tenho preocupação, porque seria um contrassenso, uma ignomínia qualquer juiz conceder esse pedido sem qualquer fundamento, sem qualquer base jurídica, simplesmente para criar um fato midiático.” Notas. Em nota, os advogados de defesa de Lula disseram que, ao embasar o pedido sob as alegações de que Lula questionou a ação dos promotores, “inflamou” sua base política e usou “parceiros políticos” para acionar o Conselho Nacional do Ministério Público contra a investigação, o MPE “banalizou” o instituto da prisão preventiva. A defesa compara a atuação dos promotores à ditadura militar. “Buscou-se, de fato, amordaçar um líder político, impedir a manifestação do seu pensamento e até mesmo o exercício de seus direitos. Somente na ditadura, quando foram suspensas todas as garantias do cidadão, é que opinião e o exercício de direitos eram causa para a privação da liberdade”, diz a nota. Em texto divulgado ontem, o Instituto Lula, presidido por Paulo Okamotto, afirmou que “o promotor paulista que antecipou sua decisão de denunciar Luiz Inácio Lula da Silva antes mesmo de ouvir o ex-presidente dá mais uma prova de sua parcialidade ao pedir a prisão preventiva de Lula”. De acordo com o texto, Cássio Conserino “não é o promotor natural” desse caso e tem documentos que provam que o ex-presidente Lula não é proprietário do tríplex.