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Lacerda defende ''convergência'' entre PT e PSDB

Para candidato do PSB, apoiado por Pimentel e Aécio, oposição à aliança não tem ?boa fundamentação ética?

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Por Eduardo Kattah e BELO HORIZONTE
Atualização:

O candidato do PSB à prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, criticou ontem os opositores da aliança firmada entre o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito da capital, Fernando Pimentel (PT), em torno de sua candidatura. Durante uma homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek e acompanhado dos padrinhos políticos, o socialista afirmou que essa oposição está concentrada em São Paulo e "não tem uma boa fundamentação ética". "Na medida que isso representa uma afirmação e uma reafirmação dos valores e da boa gente de Minas Gerais no cenário nacional, isso encontra resistências fora, principalmente em São Paulo. Mas Belo Horizonte saberá entender que essa oposição não tem uma boa fundamentação ética, no sentido da boa política, porque o Brasil também precisa dessa convergência", justificou Lacerda, sem citar nomes. Em meio ao clima de confiança que tomou conta da campanha do socialista na reta final do segundo turno - em que disputa com o candidato do PMDB, Leonardo Quintão -, Aécio saiu novamente em defesa do projeto de "convergência". "O novo gera naturalmente resistência, sobretudo quando ele vem com o simbolismo da união de Minas", afirmou o governador. "É natural que isso desagrade outros projetos políticos. Nós assistimos nesse processo alguns atores políticos, dirigentes nacionais de partidos - em especial do PT - demonstrando claramente que preferem a manutenção desse maniqueísmo, que coloca num extremo do espectro político o PSDB e no outro o PT, numa disputa exclusivamente pelo poder", completou o tucano. Aécio, que anteontem se reuniu em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que não tem dúvida de que o petista apóia a aliança. "Obviamente, o presidente participa desse processo e nós buscamos sempre preservá-lo durante toda a campanha", declarou o governador de Minas. A polêmica costura de Aécio e Pimentel, porém, causou um racha no PT mineiro, levando petistas históricos a permanecerem distantes desta campanha, como os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência). Anteontem, Patrus divulgou carta afirmando que o PT desapareceu do processo eleitoral da capital - onde domina o Executivo municipal há 16 anos - e disse que ele e outros líderes das esquerdas foram "literalmente alijados do processo eleitoral". "O alijamento é porque prevaleceu uma concepção centralizadora, autoritária, de alianças sem qualquer fundamentação programática e de compromissos sociais." Pimentel acredita que será possível, após a eleição, agregar novamente a legenda no Estado. O prefeito petista afirmou ainda que pretende procurar os descontentes para "aparar alguma possível aresta que tenha ficado". "Da minha parte não tenho nenhum problema com nenhum desses personagens, são todos meus amigos. Nós vamos conversar com todo mundo", assegurou ele. No penúltimo dia para realização de atos de campanha antes da votação em segundo turno, Lacerda, Pimentel e Aécio foram até a Praça JK, na zona sul de Belo Horizonte, e depositaram uma coroa de flores na estátua do ex-presidente. Filha de Juscelino, Maria Estela Kubitschek participou da homenagem. Na rápida cerimônia os políticos entoaram a canção Peixe vivo, uma das prediletas de JK. O governador ressaltou o crescimento "muito sólido" das intenções de voto no candidato do PSB na reta final da campanha. "O segundo turno traz essa virtude, essa vantagem. Ele permite que os candidatos sejam melhor conhecidos e, principalmente, a diferença entre eles, de postura, de compromisso em relação ao seus aliados, vão ficando muito claras", afirmou Aécio. Segundo sua assessoria, Quintão não teve agenda durante o dia de ontem e se preparava para o debate na TV Globo, que ocorreria à noite.

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