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Legislativo não terá verba extra para aumento, diz Mantega

Ministro disse que a elevação dos gastos com o aumento dos parlamentares "tem que ficar confinada ao aumento autorizado para as despesas do Legislativo"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que foi surpreendido pelo reajuste salarial dos deputados e senadores, aprovado nesta quinta-feira. "Fui tomado de surpresa. Achei que ia subir apenas pela inflação. E diziam, inclusive, que iam abrir mão das verbas de gabinete", comentou o ministro. Ele disse que a elevação das despesas, cujo impacto fiscal ele ainda não examinou, "tem que ficar confinada ao aumento autorizado para as despesas do Legislativo". Nesta quinta-feira, os presidentes da Câmara e do Senado decidiram assinar um ato conjunto aumentando o salário dos parlamentares de R$ 12.847 para R$ 24,5 mil, equiparando o valor ao teto do Judiciário. Com isso, os salários dos deputados e senadores terão um reajuste de quase 100%, que entrará em vigor em 1º de fevereiro de 2007, quando inicia-se a nova legislatura. O ministro acrescentou que o governo busca regra que proporcione um aumento mais moderado dos gastos correntes para abrir espaço para os investimentos. "Os reajustes têm de ser regrados. Não podem ser aumentados indiscriminadamente senão vamos gastar todos os recursos públicos com folha de pagamento e não vão sobrar recursos para os investimentos", disse. Mantega, brincou ao responder a uma pergunta sobre a possibilidade de equiparação dos salários dos servidores do Poder Executivo com os dos congressistas. "Gostaria muito de receber esse salário. O nosso (de ministros) é de R$ 8.580. Qualquer dia, faço uma greve para aumentar meu salário. Já imaginou eu fazendo uma greve com o Furlan?", disse, referindo-se a Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Antes, falando a sério, Mantega deixou claro que não defende a equiparação: "Não defendo isso, porque me parece que seria excessivo um salário dessa magnitude."

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