O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou nesta terça-feira, 2, que o processo de cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será lido em plenário na próxima segunda-feira, 8. Maia ressaltou, contudo, que antes pretende votar o projeto que estabelece a renegociação da dívida dos Estados. A discussão da proposta estava prevista para ocorrer ontem, mas, por falta de um consenso, passou para a próxima semana.
“Não estou dizendo que a data de votação (do processo de cassação de Eduardo Cunha) será na segunda-feira, apenas que vou lê-lo”, afirmou Maia. Após a leitura, o processo passa a tramitar como “prioridade” no plenário, após prazo de 48 horas, mas não tranca a pauta de votações.
A decisão de Maia foi anunciada após integrantes da oposição pressionarem por uma data para o julgamento do caso. Segundo Maia, não “há chances” de o caso de Cunha não ser julgado antes das eleições municipais, previstas para outubro.
Dossiê. Cunha voltou a negar ontem, no Twitter, que esteja preparando um levantamento sobre como ajudou aliados nos últimos anos para usar o material em uma eventual delação premiada na Justiça, como mostrou o Estado ontem.
“Não fiz e nem pretendo fazer dossiê de quem quer que seja e não milito nesse campo pequeno que a irresponsável matéria de fofoca quer passar”, escreveu o deputado afastado.
“Quanto às fofocas irresponsáveis, quero desmentir de forma bem veemente a matéria inteira”, acrescentou. Na avaliação de Cunha, a reportagem tem o objetivo de “criar clima de ameaça e somente de constranger a quem me apoia”.
“Desmenti com veemência e afirmei que a publicação irresponsável, ainda mais sem citar a fonte, merecia de mim processo judicial. Serei obrigado a processar”, disse o deputado afastado na internet. / COLABORARAM IGOR GADELHA e DAIENE CARDOSO